Um guarda de segurança foi morto na segunda-feira (29/8) em um ataque de granada nos escritórios do Sudar Oli, jornal em língua tâmil com fortes vínculos aos rebeldes do grupo Tigres de Libertação Tâmil da Pátria (LTTE), informa a Reuters [29/8/05]. Três outras pessoas ficaram feridas por estilhaços e não se sabe quem lançou a granada. O incidente aconteceu ao norte da capital, Colombo, e é mais um dos ataques na parte leste da ilha que vem lutando para manter a trégua entre o governo e os rebeldes, após duas décadas de guerra civil.
O porta-voz militar Daya Ratayake afirmou que o ataque foi dirigido aos oficiais do jornal. Um membro da equipe editorial afirmou que viu um homem de cerca de 60 anos jogar duas granadas no prédio antes de fugir. O editor-chefe, K. Rathnasingam, alegou que não há como apontar suspeitos, pois o jornal desagrada a muitas pessoas ao refletir as aspirações dos rebeldes tâmeis. Há alguns meses, o Sudar Oil vem sendo alvo de grupos nacionalistas que o acusam de apoiar o LTTE. Recentemente, um fotógrafo que cobria um protesto do partido marxista foi agredido e acusado de ser um rebelde tâmil.
Os ataques a jornalistas da etnia tâmil vêm aumentado desde uma separação dentro do próprio grupo Tigres de Libertação Tâmil da Pátria, ocorrida no final do ano passado. A facção que saiu do grupo acusa a maior parte das organizações de comunicação de favorecer a facção principal. No final do mês passado, um outro jornal em Colombo foi atacado por duas bombas. Ninguém ficou ferido porque elas não explodiram.
O LTTE foi fundado em 1983 para exigir a criação de um Estado separado para a etnia tâmil, minoritária no país, mas majoritária nas zonas leste e norte. Até ser alcançada uma trégua em 2002, cerca de 65.000 pessoas morreram na guerra civil do Sri Lanka ao longo de duas décadas. Com informações da AP [29/8/05] e dos Repórteres Sem Fronteiras [30/8/05].