A publicação satírica americana The Onion, que começou como um jornal estudantil e tem atualmente tiragem de 400 mil cópias e 200 funcionários, prepara-se para chegar à TV. Em 2011, o Onion terá programas de meia hora de duração nos canais Independent Film Channel e Comedy Central.
Em tempo de crise na indústria jornalística, o jornal – que publica notícias falsas em tom sério – tornou-se extremamente popular, para a felicidade do editor Joe Randazzo. Até hoje, o Onion mantém mistério sobre seus autores: as matérias não são assinadas e, quando são, os nomes são fictícios. ‘É impossível saber quem trabalha no Onion e isto se tornou ainda mais atraente para aqueles que querem trabalhar com comédia e sátira’, diz Randazzo.
Sanduíche de cebola
Criado em 1998, em Wisconsin, pelos estudantes Tim Keck e Christopher Johnson, que posteriormente publicaram semanários alternativos em Seattle e Albuquerque, respectivamente, o diário dava tão pouco dinheiro que só era possível comprar sanduíches de cebola – o que inspirou o nome da publicação. Hoje, o Onion é publicado em oito cidades – incluindo Denver, Chicago e Austin. Seu site tem em média 10 milhões de visitantes únicos ao mês – o mesmo número do USA Today. A Onion News Network, lançada em 2007 na internet, tem dois milhões de visitantes por semana. Desde que se mudou para Nova York em 2001, o império Onion continua a crescer, com livros, podcasts e vídeos. Para Randazzo, a chegada à TV legitima o sucesso.
Cada edição leva duas semanas para ser produzida e cada autor deve apresentar 15 possíveis manchetes para as reuniões de pauta às segundas-feiras. Para se alcançar o tom de notícias falsas, é necessário uma pesquisa extensa. ‘Não somos propriamente jornalistas, mas temos um nível de integridade jornalística – não queremos atingir o alvo errado’, diz o editor. Informações de Sarfraz Manzoor [The Guardian, 24/5/10].