Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornalismo sob ameaça na América

O diretor do Comitê de Liberdade de Imprensa da Associação de Imprensa Inter-Americana (IAPA), Rafael Molina, condenou a recente restrição ao trabalho de jornalistas estrangeiros nos EUA. Em discurso sobre a condição da imprensa nos países da América, durante a reunião do Comitê, Molina criticou ‘a clara quebra na liberdade de imprensa’ por parte das autoridades do país ao exigir que os jornalistas o deixem para renovarem seus vistos.

De acordo com artigo de Mark Fitzgerald [Editor & Publisher, 25/10/04], Molina também expressou sua preocupação com outros fatores de risco para a liberdade de imprensa, como a pressão de autoridades para que repórteres, sob ameaça de prisão, revelem fontes confidenciais.

Desde a última reunião anual da IAPA, 10 jornalistas foram assassinados na América Latina. A fronteira entre o México e os EUA tem sido particularmente perigosa, com três jornalistas mortos no local pelo exercício da profissão desde março deste ano.

Comoção por Rivera

Durante a reunião, uma entrevista gravada em Havana com Blanca Reyes, mulher do jornalista independente cubano Raul Rivera, causou comoção entre os presentes. Rivera, sentenciado a um longo período de prisão junto com 75 jornalistas, bibliotecários independentes e outros dissidentes do regime cubano, é integrante da diretoria da IAPA.

Enquanto a ditadura de Cuba tem se feito surda aos pedidos de libertação dos 30 jornalistas presos, os EUA também merecem críticas, Molina disse: ‘O governo dos EUA mantém sua decisão inexplicável de negar asilo a Bernardo Arévalo Padrón, um jornalista cubano que deixou a prisão em novembro passado depois de cumprir uma sentença de seis anos por acusação de ter insultado o presidente de Cuba’.