Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Jornalista assassinado junto com a família no México

O jornalista mexicano Miguel Angel López Velasco, de 55 anos, foi assassinado na segunda-feira, 20/6, junto com sua mulher e o filho do casal, de 21 anos. Miguel era editor do diário Notiver, em Veracruz, e escrevia uma coluna sobre política e criminalidade. Seu filho, Misael López, trabalhava como fotógrafo para o jornal.

A família foi morta a tiros na casa onde vivia, no subúrbio de López Arias. Segundo funcionários do jornal, Miguel, a mulher e o filho dormiam quando homens não identificados invadiram a casa e mataram os três a tiros. O jornalista trabalhava no diário há 20 anos; começou como repórter policial, tornou-se colunista e atualmente editava as seções policial e de notícias locais. Em sua coluna, escrevia sobre crimes, sequestros, casos de corrupção e de abuso de autoridades na região de Veracruz; também chegou a escrever sobre o caso de Evaristo Ortega Zarate, jornalista que desapareceu em abril de 2010.

Miguel já havia recebido ameaças. Em 2007, narcotraficantes deixaram uma cabeça humana do lado de fora da redação do Notiver com uma mensagem que dizia que se tratava de um presente e que cabeças iriam rolar e que “Milo Vera”, codinome usado pelo jornalista, sabia disso.

Promessa

Em visita ao jornal, o governador de Veracruz, Javier Duarte, prometeu que o crime não ficará impune. “Este é um assassinato covarde. Não é um ataque à mídia ou a uma empresa. É um ataque à sociedade de Veracruz como um todo. Não se trata de um evento isolado. Pelo contrário, faz parte de uma cadeia de ações criminais que afetam todo o país”, afirmou.

O México é um dos países mais perigosos para a prática de jornalismo nas Américas. Segundo a organização internacional Repórteres Sem Fronteiras, 75 jornalistas foram mortos desde 2000, e 13 continuam desaparecidos. Muitos profissionais que cobriam o narcotráfico no país passaram a optar pela autocensura. Os que não o fazem costumam enfrentar ameaças e agressões. Mais de 40 mil pessoas já morreram desde a ofensiva lançada pelo governo federal em 2006 contra os carteis de drogas. No início de 2011, por iniciativa do cartunista mexicano Eduardo del Río, diversos cartunistas do país lançaram a campanha ¡Basta de Sangre! – No + sangre em protesto ao elevado número de mortes.