Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornalista brutalmente assassinada em Mosul

Homens armados mataram uma repórter iraquiana no domingo passado (4/5) depois de retirá-la de um táxi em Mosul, ao norte de Bagdá, noticiam Ross Colvin e Tim Cocks [Thomson Reuters, 4/5/08]. A polícia informou que Serwa Abdul-Wahab estava a caminho do trabalho. Ela foi atingida na cabeça. A versão policial foi confirmada por Yassir al-Hamadani, amigo de Serwa e chefe do escritório de Mosul da Associação Iraquiana para os Direitos dos Jornalistas. ‘Abdul-Wahab era uma ativa defensora dos direitos dos jornalistas iraquianos. Estamos muito tristes em perdê-la’, lamentou ele.


Segundo uma colega de trabalho, Serwa havia recebido uma mensagem de texto em seu celular há três semanas, aconselhando-a a parar de escrever, ou seria morta. A repórter trabalhava para o sítio de notícias iraquiano Muraslon e também era secretária do conselho eleitoral, responsável por preparar as eleições provinciais que ocorrerão em outubro.


Perigo


Após a invasão americana em 2003, o Iraque registrou considerável aumento no número de veículos de mídia, mas continua a ser um dos lugares mais perigosos do mundo para jornalistas, segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). Repórteres costumam ser alvos de violência no país por causa de seu trabalho ou simplesmente por estar em zonas de fogo cruzado nas regiões de conflito.


O CPJ estima que 127 jornalistas, iraquianos e estrangeiros, foram mortos desde 2003. Serwa ainda não está incluída nestes números. Shihab al-Tamimi, presidente da maior associação de jornalistas do país, foi assassinado por homens armados em fevereiro. O Iraque também tem o pior registro de solução de assassinatos de jornalistas, ainda de acordo com o CPJ, com um total de 79 casos não resolvidos.