O jornalista Joaquín Pérez Becerra chegou em Bogotá, no dia 25/4, depois de ser extraditado pela Venezuela sob acusação de ser o ‘chefe da frente internacional das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na Europa’. Nascido na Colômbia, Beberra mora na Suécia como cidadão e refugiado político desde 1995. Ele foi preso no aeroporto de Caracas no dia 23/4, sendo deportado a pedido do presidente colombiano Juan Manuel Santos, que agradeceu ao colega venezuelano Hugo Chávez pela ajuda no caso.
Becerra, que é coordenador da Agência de Notícias Nueva Colombia (Anncol), nega ter qualquer envolvimento com as Farc. Agora, o jornalista enfrentará na Colômbia acusações de financiar o terrorismo e de conspiração para se engajar no terrorismo, noticia Monica Medel [Knight Center for Journalism in the Americas, 27 e 28/4/11].
Segundo o site Venezuelananalysis.com, a deportação de Becerra provocou a ira de aliados políticos de Chávez, pois ele havia recebido status de refugiado político da Suécia depois de escapar de uma tentativa de assassinato por ser membro do partido União Patriótica. Entre os grupos aliados ao governo que se opuseram à deportação estão os jornais Tribuna Popular e Ciudad Caracas, Coordinadora Simon Bolivar, Partido Comunista da Venezuela e a federação Unete.
A imprensa alternativa defendeu o jornalista e deu início a uma campanha de apoio a ele. Sites como Kaosenlared e Aporrea denunciaram irregularidades na prisão de Becerra. ‘O objetivo deles é derrubar a Anncol e a imprensa alternativa. Regimes ditatoriais precisam que a mídia esteja a seu serviço e não publique notícias sobre a luta do povo’, disse o Koasenlared. Já o Aporrea afirmou que autoridades venezuelanas não deixaram o cônsul sueco entrevistar o jornalista antes de ele ser deportado para a Colômbia. Além disso, o site alega que a maior parte das evidências contra Becerra vem do laptop do falecido comandante das Farc Raúl Reyes, que críticos dizem ter sido usado no passado para fabricar evidências com propósitos políticos.