Diversas instituições contribuem com centenas de milhões de dólares em alimentos, remédios e suprimentos para populações de países em guerra ou atingidos por outros desastres. No entanto, pouco é feito para que essas pessoas recebam informação, talvez porque ela não seja considerada prioritária, talvez por não constar entre os itens que compõem a ajuda humanitária. Contudo, os refugiados precisam de notícias. É comum uma população ficar perplexa diante do súbito aparecimento de agências de ajuda. Também não é fácil para esse grupos compreenderem, por exemplo, como um exército de ocupação que ainda ontem era inimigo passa a ser pacificador.
É o que tentavam demonstrar há seis anos o jornalista Edward Giradet e outros seis profissionais de imprensa que fundaram a Media Action International, organização que realizava projetos como programas de rádio que informavam onde as vítimas de desastres e guerras podiam encontrar auxílio. ‘Uma das primeiras coisas que as pessoas precisam, mesmo antes de receberem comida e ajuda médica, é informação confiável sobre sua situação: como manter seus filhos saudáveis em campos de refugiados poeirentos, como evitar zonas de perigo, como procurar seus parentes desaparecidos’, explica, em artigo para a International Herald Tribune [1/6/04].
Giradet conta que, por falta de dinheiro, a Media Action está fechando. Outras entidades semelhantes, como a Fondation Hirondelle, o Institute for War and Peace Reporting, a Internews e a Search for Common Ground, também passam por dificuldades. Diversos jornalistas propõem que seja criado um fundo independente financiado por governos, fundações, empresas e veículos de comunicação que apóie iniciativas de comunicação em áreas de crise e, também, a cobertura do que acontece nessas regiões, para maior divulgação de seus problemas. Isso, segundo Giradet, seria um importante passo ‘no reconhecimento da importância da informação como necessidade e direito humano’.