Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Jornalista detida na Síria e deportada para o Irã é solta

A jornalista da al-Jazira, Dorothy Parvaz, detida na Síria e deportada para o Irã, onde ficou por quase três semanas, foi solta, noticiam David Goodman e Alan Cowell [New York Times, 18/5/11]. Ela desapareceu quando chegou na Síria no mês passado para cobrir os protestos antigoverno. Seu paradeiro só se tornou conhecido na semana passada, quando autoridades sírias informaram que a enviaram para o Irã logo após sua detenção. ‘Ela está em contato com sua família e vamos descobrir mais sobre o que lhe aconteceu nos últimos 18 dias’, relatou um porta-voz da al-Jazira.


Seu noivo, Todd Barker, disse que ela lhe ligou ao chegar em Doha, no Qatar, vinda do Irã. ‘Eu atendi e as suas primeiras palavras foram ‘desculpe-me’’, contou. Ele também disse que ela foi interrogada no Teerã, mas foi bem tratada.

Não está claro o que levou à sua libertação. A Irna, agência de notícias oficial do Irã, disse que um enviado do país havia entregue uma mensagem ao presidente Mahmoud Ahmadinejad para o líder do Qatar, Hamad bin Khalifa al-Thani, procurando laços mais próximos com o governo de Doha. Na semana passada, o governo iraniano acusou Dorothy – que nasceu no Irã, mas tem cidadania americana e canadense também – cometeu diversas ofensas, incluindo viajar sem um passaporte. Por isso, ela foi deportada para o Irã, no dia 1/5.


Censura


A Síria e o Irã rotineiramente restringem o acesso a jornalistas e os poucos estrangeiros só receberam autorização para viajar pela Síria após os protestos que começaram em março. O Irã tinha pelo menos 34 repórteres sob custódia no final do ano passado, mais do que qualquer país além da China, segundo dados do Comitê para Proteção de Jornalistas.


A Repórteres Sem Fronteiras expressou seu alívio pela libertação de Dorothy, assim como a de outros quatro correspondentes em Tripoli, na Líbia. Três deles foram capturados por forças pró-Gaddafi, perto de Brega, no dia 5/4 – a americana Clare Morgana Gillis, que trabalhava para o site da revista The Atlantic; o repórter americano James Foley, que trabalhava para o GlobalPost.com, Stars and Stripes e al-Jazira; e o fotógrafo freelancer espanhol Manu Brabo. O quarto era o jornalista britânico Nigel Chandler. Todos os quatro foram à corte, acusados de entrar no país ilegalmente, tendo de pagar multa de 122 euros. Desde que os protestos começaram na Líbia, no dia 16/2, muitos jornalistas entraram no país pela fronteira com o Egito, sem permissão.