O jornalista e fotógrafo iraquiano Fakher Haider, que trabalhava para o New York Times, foi encontrado morto na segunda-feira (20/9), horas depois de ter sido seqüestrado. Haider havia sido levado de sua casa por um grupo de homens armados e mascarados que afirmaram ser policiais, segundo o relato de testemunhas e parentes do jornalista.
Haider foi encontrado com as mãos amarradas e um saco cobrindo a cabeça, em uma área deserta em Basra. Um parente que viu o corpo afirmou que ele levou pelo menos um tiro na cabeça e tinha sinais de espancamento. O jornalista, que reportava também para o britânico The Guardian e para a National Geographic, trabalhava no NYT desde abril de 2003. Recentemente, ele havia feito apurações sobre o aumento da violência e dos conflitos entre milícias xiitas em Basra, sua cidade natal.
Há alguns meses, Haider contou a amigos que estava preocupado por sua segurança justamente pela atmosfera violenta de Basra. Em julho, ele teve seu carro perseguido e foi alvo de disparos, dos quais conseguiu escapar ao sair da estrada e disparar sua pistola para o alto.
A mulher de Haider contou que os homens armados, que chegaram logo após a meia-noite em dois carros, pegaram os telefones, a pistola e algumas fitas de vídeo do marido. Quando saíam, disseram a ela que iam apenas interrogá-lo por algumas horas e levá-lo de volta à casa.
Haider é o segundo jornalista assassinado em Basra nos últimos dois meses. Em agosto, o repórter americano freelancer Steven Vincent, que escrevia um livro sobre a cidade, foi seqüestrado com seu intérprete iraquiano e encontrado morto. O intérprete continua hospitalizado. Dias antes do episódio, Vincent havia escrito um artigo opinativo para o NYT no qual criticava as forças de segurança britânicas por falharem no combate ao aumento de poder das milícias xiitas sobre a polícia local. Informações de Robert F. Worth [The New York Times, 20/9/05] e Claire Cozens [The Guardian, 20/9/05].