Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Jornalista francesa ferida consegue deixar o país

 

A jornalista francesa Edith Bouvier, que ficou ferida no mesmo ataque que matou a jornalista Marie Colvin e o fotógrafo Rémi Ochlik, na semana passada, conseguiu deixar a cidade de Homs, na Síria. Depois de algumas tentativas frustradas, Edith, que fazia um trabalho como freelancer para o jornal Le Figaro, e o fotógrafo francês William Daniels, que trabalhava com ela na cobertura, foram levados à fronteira do Líbano em uma arriscada operação organizada por rebeldes sírios, na quinta-feira (1/3). A jornalista, que na semana passada apareceu em um vídeo pedindo ajuda, teve diversas fraturas no fêmur e precisava ser operada com urgência.

Um avião do governo francês levou os jornalistas à base militar de Villacoublay, perto de Paris, onde os pais de Edith e uma equipe médica a esperavam. Na terça-feira (28/2), o presidente da França, Nicolas Sarkozy, havia anunciado erroneamente a saída de Edith da Síria. Depois da gafe, o presidente falou com a jornalista por telefone, quando ela chegou a Beirute, antes de anunciar que ela estava a caminho da França.

Bernard Valero, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França, afimou que os jornalistas estavam bem, mas cansados depois de tudo o que passaram. Ele ressaltou que cidadãos sírios arriscaram suas vidas para tirar Edith e Daniels do país e que a jornalista foi muito bem tratada pelos médicos sírios em Homs, o que evitou que seu ferimento piorasse.

Homs é o principal foco de resistência ao regime do presidente Bashar al-Assad, que se recusa a deixar o poder. A americana Marie Colvin, correspondente do jornal britânico Sunday Times, e Rémi Ochlik, um dos vencedores da edição deste ano do concurso de fotojornalismo World Press Photo, estavam com outros jornalistas no bairro sitiado de Bab al-Amr, em 22/2, quando a casa onde se abrigavam foi bombardeada. Nesta sexta-feira (2/3), um comboio da Cruz Vermelha foi proibido de entrar no bairro. Não se sabe quantas pessoas ainda estão em Bab al-Amr. A situação é ainda mais difícil por conta do inverno rigoroso e dos cortes de energia.

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