O jornalista italiano Stenio Solinas foi expulso do Irã por trabalhar sem credencial de imprensa válida, informou a AFP [7/3/09]. Mohsen Moghadaszadeh, diretor de mídia internacional do Ministério da Cultura e Orientação Islâmica, que supervisiona as atividades de jornalistas estrangeiros, afirmou que Solinas entrou no país com ‘visto de turista e escreveu artigos tendenciosos’.
O repórter italiano trabalha para o jornal Il Giornali e, segundo Moghadaszadeh, poderia ter ‘pedido um visto de imprensa para trabalhar legalmente’. O escritório de Moghadaszadeh emite credenciais a jornalistas estrangeiros que querem trabalhar no Irã. ‘A cada ano, centenas de jornalistas ocidentais vêm ao Irã legalmente e trabalham livremente. Mas as ações não profissionais e ilegais do repórter e seus esforços para criar uma atmosfera negativa contra a república Islâmica são surpreendentes’, afirmou.
A expulsão ocorreu em meio à notícia de que o ministro do Exterior da Itália, Franco Frattini, havia adiado sua visita a Teerã por conta de comentários feitos na semana passada pelo líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, sobre Israel. Khamenei acusou o presidente dos EUA, Barack Obama, de seguir o mesmo ‘caminho equivocado’ de seu antecessor ao manifestar apoio incondicional a Israel, chamado por ele de ‘tumor canceroso’.
Ameaça à liberdade de expressão
Recentemente, o Irã confirmou a prisão de Roxana Saberi, jornalista iraniana de nacionalidade americana. Ela foi detida em janeiro, segundo parentes, por ter comprado uma garrafa de vinho – o que é ilegal no país.
No ano passado, o Irã expulsou Hassan al-Fahs, chefe da sucursal da emissora al-Arabiya na capital. Ele alegou que teve que sair do país ‘devido às políticas da empresa’. Em abril de 2005, autoridades fecharam a sucursal da al-Jazira no país, acusando a rede de incitar a violência durante a cobertura de conflitos na cidade de Ahvaz. O escritório acabou sendo reaberto pouco mais de um ano depois.