A jornalista egípcia Hayam Dorbek, de 42 anos, tem um desejo: ver seu marido casado. Novamente. Em sua luta para convencer o marido a arrumar mais uma esposa, ela conseguiu levantar um acalorado debate sobre a implantação da poligamia – permitida pelo Islã – em seu país e no resto do mundo árabe sintonizado em emissoras de TV por satélite.
Hayam diz que o trabalho ocupa muito do seu tempo, e que o marido precisa de uma segunda esposa. Segundo ela, a poligamia é uma ‘licença de Deus para estabilizar a sociedade e solucionar seus problemas’, como adultério, divórcio e mulheres estigmatizadas por serem solteiras depois dos 30 anos.
Desta forma, mulheres ‘solteironas’, viúvas ou divorciadas deveriam se casar com homens já casados e com boa situação financeira, que possam sustentar, de forma similar, mais de uma família. A jornalista já escreveu diversos artigos sobre o assunto, com títulos como ‘Uma esposa não é suficiente’, e ajudou a fundar uma associação para a promoção da poligamia.
Grupos em defesa dos direitos das mulheres ficaram furiosos com a campanha feita por Hayam. De acordo com Nihad Aboul-Qomsan, chefe do Centro Egípcio pelos Direitos das Mulheres, ela faz com que o Egito pareça com a conservadora Arábia Saudita e prejudica as mulheres do mesmo jeito que faria ao ‘expô-las num mercado de escravos’. Informações de Mariam Fam [AP, 29/8/05].