O jornalista gambiano Ebrima Manneh, desaparecido há quase três anos, estaria morto, segundo uma fonte da polícia local – que não se identifica por medo de ser punido. De acordo com a agência de notícias AFP [14/3/09], a fonte afirmou que viu Manneh pela última vez no ano passado, em um centro de detenção, quando o jornalista foi levado no meio da noite por um oficial à paisana.
Manneh trabalhava para um jornal pró-governo e desapareceu em julho de 2006 depois de ser levado do trabalho por homens que se identificaram como membros do serviço de inteligência de Gâmbia. Fontes no jornal dizem que ele apurava informações para um artigo crítico ao governo para uma organização de mídia internacional. Autoridades locais negaram que estivessem com o jornalista sob custódia.
Depois que o caso foi levado a um tribunal regional por um observatório da imprensa africano, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental determinou, no ano passado, que Gâmbia havia detido o jornalista ilegalmente, e ordenou sua soltura. Na semana passada, na primeira reação pública à ordem da Comunidade, a ministra da Justiça, Marie Saine Firdaus, afirmou que não tem conhecimento do paradeiro de Manneh. ‘É triste e decepcionante ouvir a ministra dizer publicamente que Manneh não está sob custódia do Estado’, afirmou a fonte.
Ex-colônia britânica, Gâmbia é criticada pelo desrespeito aos direitos humanos e pelas pesadas restrições à mídia. Organizações internacionais estimam que cerca de 40 gambianos estejam presos em diversos centros de detenção, sem julgamento. Jornalistas costumam ser ameaçados e diversos repórteres independentes já enfrentaram a justiça por casos de sedição ou divulgação de informações falsas.