Um tribunal do Zimbábue absolveu, nesta quarta-feira (16/4), dois jornalistas estrangeiros acusados de cobrir as eleições gerais do país, em 29/3, sem permissão oficial. O americano Barry Bearak, correspondente do New York Times, e o freelancer britânico Stephen Bevan haviam sido presos em 3/4, libertados posteriormente sob fiança. ‘O Estado não conseguiu provar que eles cometeram um crime’, declarou Beatrice Mtetwa, advogada dos jornalistas.
Segundo o NYTimes, Bearak ficou ferido após cair de sua cama no chão de concreto da cela, e teve de ser levado ao hospital. O jornal não fez, entretanto, nenhuma sugestão de que os ferimentos tenham outra origem.
Controle
Com a proximidade do pleito, o Zimbábue restringiu o acesso à mídia internacional. Jornalistas só podem trabalhar no país com permissão do governo. Antes das eleições, o secretário de Informação, George Charamba, chegou a afirmar que ‘a questão das credenciais da mídia não é apenas uma questão de informação; é uma questão de diplomacia e política externa’.
Dois técnicos sul-africanos que trabalham para uma companhia de serviço de televisão por satélite também foram presos pela polícia zimbabuana, mas posteriormente liberados e enviados de volta a seu país. Diante das detenções, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, organização com sede em Nova York, divulgou nota expressando sua preocupação com a repressão à imprensa no Zimbábue e pedindo pela libertação imediata dos jornalistas. Com informações de MacDonald Dzirutwe e Caroline Drees [Reuters, 16/4/08].