Sessenta e sete jornalistas foram forçados ao exílio nos últimos 12 meses, de acordo com uma pesquisa divulgada esta semana pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas. Mais da metade destes profissionais tiveram que deixar Irã e Cuba – cada um teve 18 jornalistas exilados.
A principal razão – 82% dos casos – para a saída dos profissionais de imprensa de seus países entre o início de junho de 2010 e o fim de maio de 2011 foi a ameaça de prisão. Outros 15% fugiram depois de sofrer ataques físicos ou ameaças de violência; 3% se disseram vítimas de assédio constante, como interrogatórios frequentes ou vigilância.
Êxodo
Desde 2001, quando o CPJ começou a monitorar casos de jornalistas exilados, pelo menos 649 deles deixaram seus países diante do medo da prisão, da violência e de todo tipo de ameaça. A grande maioria destes profissionais – 91% – não pôde voltar para seu país natal. E cinco países – Irã, Somália, Iraque, Zimbábue e Etiópia – são responsáveis por quase metade do número total de jornalistas exilados na última década.
No Irã, pelo menos 29 editores, repórteres e fotógrafos deixaram o país desde o início de uma onda repressiva após os protestos pela reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, em 2009. O êxodo total da última década no país chega a 66 profissionais de imprensa – atrás apenas da Etiópia (79) e da Somália (68).
O país que mais recebeu jornalistas exilados foi os EUA – são 180 casos registrados pelo CPJ desde 2001 –, seguido pelo Quênia (66) e Reino Unido (38). Pelo menos 132 jornalistas exilados conseguiram empregos na sua área em seus novos países. Apenas 37 voltaram a exercer o jornalismo em seus países de origem.
A pesquisa do CPJ pode ser lida aqui (em inglês).