O episódio sobre a publicação de um e-mail privado enviado pela correspondente do Wall Street Journal em Bagdá Farnaz Fassihi a um amigo, mostrou que os jornalistas têm que tomar cuidado com o conteúdo de suas mensagens online. O incidente com Farnaz levantou discussões sobre a credibilidade da cobertura da repórter e sobre o que os jornalistas podem ou não expressar em seus e-mails, mesmo que estes sejam enviados através de contas pessoais.
Apesar do debate levantado, poucos foram os jornais que reagiram à situação com mudanças na política da empresa ou avisos aos empregados sobre os ricos de se ter um e-mail com opiniões pessoais violado.
O Washington Globe foi um dos jornais que tomaram medidas para evitar incidentes desse tipo. O editor do jornal, Martin Baron, disse aos funcionários que ‘é importante lembrar que um e-mail pode circular em qualquer lugar e com muita rapidez’ e apontou que os e-mails também podem causar processos judiciais e que isso é um problema que não pode ser controlado pelo jornal.
Já o editor executivo do Washington Post, Leonard Downie Jr., disse a política do jornal determina que os funcionários não devem expressar publicamente suas opiniões pessoais a respeito das matérias que cobrem. Ele acrescentou que espera que os repórteres do Post ‘sejam sofisticados o suficiente para estarem alertas sobre qualquer coisa que possa ser publicada’.
O New York Times não tomou nenhum medida em relação ao acontecimento, mas o porta-voz do jornal disse que a política instituída em 1999 avisa claramente os funcionários para não abusarem das suas contas de trabalho, mas diz nada a respeito de contas de e-mail pessoais. Segundo ele, as regras dizem que ‘não se deve confiar na confidencialidade de qualquer mensagem, e as comunicações por computador devem estar de acordo com os padrões de ética e conduta’. Em outras palavras: não envie e-mails que você não gostaria que outras pessoas vissem. Informações de Joe Strupp [Editor & Publisher, 15/10/04].