Jornalistas estrangeiros afirmaram no início da semana que foram ordenados a deixar as Ilhas Fiji depois que autoridades locais desaprovaram sua cobertura sobre a volta ao governo do chefe das Forças Armadas Frank Bainimarama, que chegou ao poder em 2006 por um golpe de Estado. Bainimarama havia deixado o cargo na semana passada, depois que o presidente Josefa Iloilo derrubou a Constituição e assumiu todos os poderes. Iloilo decidiu fazê-lo após o Tribunal de Apelações declarar ilegal a dissolução do governo do primeiro-ministro Laisenia Qarase, que chegou ao poder com o golpe. No sábado (11/4), entretanto, Bainimarama foi nomeado primeiro-ministro interino e o presidente declarou estado de emergência de 30 dias.
O jornalista Sean Dorney, da emissora australiana ABC, junto com um repórter e um cinegrafista do canal TV3, da Nova Zelândia, foi informado pelo Ministério da Informação de Fiji que seria deportado. ‘Fui informado esta manhã, por um alto funcionário da imigração, que eles estavam insatisfeitos com minha cobertura e que oficiais de imigração iriam me acompanhar ao aeroporto’, contou Dorney. Na segunda-feira (13/4), um jornalista de TV de Fiji foi levado a interrogatório depois que as autoridades descobriram que imagens mostrando a detenção e deportação do repórter australiano haviam sido transmitidas para o exterior.
Pelo estado de emergência, a mídia em Fiji não pode publicar pautas críticas ao governo. Policiais e funcionários do Ministério da Informação ficarão nas redações para analisar as matérias. Veículos locais foram avisados de que podem ser fechados se violarem as regras. O jornal Fiji Times, no que parece ser um protesto, deixou uma página em branco. O principal canal de TV das Ilhas, Fiji 1, cancelou seu boletim de notícias no domingo (12/4). Já o diário Fiji Sun publicou um artigo onde diz que não mais divulgará matérias políticas, independente do assunto. Informações da AFP [13/4/09].