Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornalistas homenageadas por sua coragem

Quatro jornalistas foram homenageadas, na semana passada, pela Fundação Internacional de Mulheres na Mídia, em Nova York. Aye Aye Win, correspondente da Associated Press em Mianmar; Farida Nekzad, chefe de redação da agência de notícias Pajhwok no Afeganistão; e a repórter investigativa de Chipre Sevgul Uludag, do jornal Yeniduzen, receberam o prêmio ‘Coragem no Jornalismo’ por seu trabalho em situações difíceis e arriscadas.

Aye Aye Win não pôde comparecer à cerimônia por medo de que sua família ficasse em perigo se ela deixasse Mianmar. John Daniszewski, editor internacional da AP, leu uma declaração escrita por ela. ‘Uma batida no portão à meia-noite traumatiza nossas vidas, mas acredito que jornalistas têm que aceitar alguns riscos se tiverem que desafiar quem quer silenciá-los’, dizia um trecho do texto. Sevgul Uludag descreveu as ameaças de morte, violência e pressões que sofreu ao cobrir os conflitos entre gregos e turcos em 1974. Farida Nekzad contou sobre as ameaças que sofreu do Talibã, dos senhores da guerra e do governo, mas se disse disposta a continuar a lutar pela liberdade de imprensa e por direitos iguais para homens e mulheres em seu país.

A jornalista americana Edith Lederer, correspondente-chefe da AP nas Nações Unidas, recebeu a premiação Lifetime Achievement (prêmio pelo ‘conjunto da obra’). Por mais de três décadas, Edith, hoje com 65 anos, cobriu guerras e outros eventos mundiais para a agência de notícias. Em seu discurso, a repórter veterana enfatizou as mudanças que afetaram o trabalho jornalístico nas últimas décadas, com a diminuição de destaque para eventos mundiais em jornais e emissoras de TV. ‘O jornalismo de celebridades domina a mídia atualmente e o espaço para notícias internacionais diminuiu’, analisou, para questionar, ‘Como os jovens americanos irão competir neste mundo interconectado?’. Informações de Richard Pyle [AP, 21/10/08].