Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornalistas protestam contra intimidação e violência

Entre dois mil e três mil manifestantes participaram de um protesto em Dacar, capital do Senegal, no sábado (23/8), pelo fim da ‘campanha de demonização e intimidação’ sofrida pela mídia do país. Organizada pelo Comitê pela Defesa e Proteção dos Jornalistas, a passeata tinha muitos manifestantes vestidos de preto e cartazes pedindo pelo fim da violência e da truculência policial.

As relações entre o governo do presidente Aboulaye Wade e a imprensa piorou substancialmente nos últimos meses. As tensões aumentaram desde que policiais espancaram dois jornalistas em uma partida de futebol em junho. Há poucas semanas, dois jornais privados tiveram seus escritórios saqueados por homens não identificados. Segundo membros dos jornais, os homens chegaram em veículos do governo e responsabilizaram o ministro dos Transportes, Farba Senghor, pela ação. O ministro, conhecido por seus ataques à mídia, nega a acusação.

Reino do terror

Em julho, Senghor pediu a todas as agências governamentais e empresas do setor público que cancelassem seus contratos publicitários com qualquer veículo de mídia que apóie os partidos de oposição do país. ‘Nós pedimos que o Estado ponha um fim às ações de Farba Senghor, que quer instalar um reino de terror’, afirmou, durante o protesto, Mamadou Iba Kane, diretor da estação de rádio RFM.

O ministro já chegou a divulgar uma declaração alegando que estaria sendo atacado por determinados veículos de imprensa. ‘Não há diferença entre violência verbal, escrita e física’, afirmou. Senghor também defende que a liberdade de imprensa, como existe hoje no Senegal, ‘carrega a semente da insegurança crônica para jornalistas e da destruição da base de nossa sociedade’.