Cinco jornalistas ficarão confinados em uma fazenda, na França, com acesso apenas a redes sociais na internet, a fim de testar a qualidade das notícias distribuídas por veículos como Twitter e Facebook. O uso destes dois sites como fontes de informação foi ressaltado no ano passado, particularmente durante os violentos protestos após as eleições presidenciais no Irã, descritos por muitos como uma ‘revolução tuitada‘. Este mês, o Twitter mais uma vez desempenhou papel fundamental no Haiti, atingido por um terremoto, com usuários postando informações, fotos e pedidos de ajuda.
Para tentar avaliar como seria visto o mundo apenas pelo prisma destes sites e o quanto as mídias sociais realmente ameaçam as tradicionais, os jornalistas terão acesso, durante cinco dias, a partir de 1º de fevereiro, apenas a smartphones que não se conectam à rede, e ficarão sem jornais, rádio e TV. ‘Eles concordaram em ficar ligados ao mundo exterior apenas pelo Twitter e Facebook. Não será permitido navegar pelo resto da rede’, explica Françoise Dost, da RFP, associação de emissoras públicas em língua francesa que organiza a experiência.
Estar atento
Os repórteres – de emissoras do Canadá, França, Bélgica e Suíça – aparecerão em seus respectivos canais para comentar sobre as notícias a que tiveram acesso. ‘Esta iniciativa irá nos permitir analisar atentamente os mitos existentes sobre Facebook e Twitter’, diz Helene Jouan, editora da France Inter, uma das emissoras que participarão do projeto. ‘Nosso objetivo é mostrar que há diferentes fontes de informações e olhar para a legitimidade de cada uma destas fontes’.
Nour-Eddine Zidane, que representará o canal na fazenda, já é usuário dos dois sites. ‘Uso o Facebook para os amigos e o Twitter como um sistema de alerta. É preciso estar muito atento’, afirma, lembrando que a morte do político francês Philippe Seguin foi recentemente divulgada primeiramente no Twitter, mas que uma mensagem sobre uma pane nos computadores dos correios da França que se espalhou no microblog mostrou-se falsa. Informações da AFP [22/1/10].