A jornalista Judith Miller, que em 2005 passou 85 dias na prisão por se recusar a testemunhar à justiça no caso Valerie Plame, é a mais nova colaboradora do canal de TV conservador Fox News. Ela fará comentários sobre segurança nacional, contra-terrorismo e relações internacionais, e também escreverá artigos para o sítio FoxNews.com.
O caso Valerie Plame abalou as bases da liberdade de imprensa nos EUA. Valerie era agente secreta da CIA e teve sua identidade vazada a jornalistas depois que seu marido, o diplomata Joseph Wilson, criticou as justificativas do presidente George W. Bush para invadir o Iraque. Apesar de não ter escrito uma linha sequer sobre Valerie, Judith, que na ocasião trabalhava como repórter para o New York Times, foi intimada a revelar quem havia passado a ela a informação sobre a identidade secreta da agente. Como se recusou a fazê-lo, foi acusada de obstruir a justiça. A jornalista foi libertada depois que sua fonte, o então chefe de Gabinete da vice-presidência, Lewis Libby, liberou-a do acordo de confidencialidade de fontes.
Mudança
Judith deixou o Times em novembro de 2005, depois de sair da prisão. Sua relação com a redação já estava abalada desde os meses anteriores ao início da guerra do Iraque, quando ela escreveu reportagens sobre a existência de armas de destruição em massa – usadas por Bush como justificativa para invadir o país – que nunca foram encontradas.
Desde setembro de 2007, ela escreve sobre contra-terrorismo, segurança nacional, liberdades civis e o Oriente Médio para o grupo de pesquisa Manhattan Institute, que milita por menos impostos e menos gastos governamentais. Segundo a Fox News, a jornalista continuará a trabalhar para o grupo. Informações de Sarah Rabil [Bloomberg, 20/10/08].