O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, ameaçou processar o diário britânico Guardian caso ele não interrompesse seus planos de publicar documentos vazados do Departamento de Estado dos EUA, afirma artigo escrito por Sarah Ellison e publicado na revista Vanity Fair na semana passada.
A matéria revela a relação tensa entre Assange e diversos veículos de mídia – em especial, o Guardian, que teve a ideia da parceria para divulgação dos documentos secretos e manteve o contato mais direto com ele. A ameaça de um processo veio depois de uma série de negociações por conta da publicação de documentos referentes às guerras do Iraque e do Afeganistão.
Assange teria pedido um atraso na divulgação da documentação sobre o Afeganistão, para que outro parceiro tivesse a oportunidade de verificar os dados. O editor de investigações do Guardian, David Leigh, teria dito que poderia atrasar pouco mais de um mês, mas apenas se Assange fornecesse a terceira bateria de documentos, o chamado ‘pacote três’, potencialmente o mais polêmico deles. Segundo Leigh, Assange teria concordado se recebesse uma carta assinada pelo editor do Guardian alegando que o material não seria publicado antes de sua autorização. A carta foi enviada, mas um ex-voluntário do WikiLeaks teria vazado os documentos, sem conhecimento de Assange, para a ativista e jornalista Heather Brooke. Leigh convenceu Heather a trabalhar com o Guardian e o jornal considerou, assim, estar livre da promessa firmada com Assange.
Quando descobriu que o Guardian havia obtido os documentos, Assange os passou para outros veículos, incluindo o New York Times, e foi até a redação do jornal britânico. O editor do diário, Alan Rusbridger, tentou convencer Assange a desistir da ideia, mas teve de concordar com outro atraso na divulgação dos documentos. Informações de Jack Mirkinson [The Huffington Post, 6/1/11].