O primeiro-ministro britânico, David Cameron, reforçou, em depoimento no Parlamento sobre o escândalo de escutas ilegais no tabloide News of the World, que as regras de propriedade de mídia do país podem ser alteradas para evitar que uma única organização detenha poder exagerado sobre um mercado específico. Ele se referiu, em especial, ao grupo News Corporation, do magnata Rupert Murdoch, e à rede pública de TV e rádio BBC. “Precisamos que as políticas de competição sejam cumpridas de maneira apropriada. Precisamos de um olhar sensível sobre a relevância da pluralidade e propriedade cruzada”.
O inquérito que investiga os grampos do tabloide dominical da News Corp irá averiguar as práticas e padrões éticos de jornais, emissoras e mídias sociais, afirmou Cameron. “Devemos ser francos: neste país, algumas vezes a esquerda superestima o poder de Murdoch e a direita exagera a tendência esquerdista da BBC. Mas nós nunca devemos deixar, novamente, um grupo de mídia ficar tão poderoso”, afirmou, acrescentando que devem ser consideradas mudanças para que políticos não concentrem decisões sobre propriedade de empresas de mídia. Além disso, defendeu ele, o “teste da pluralidade” deveria ser uma questão constante, em vez de analisado apenas quando uma compra ou fusão é considerada.
Cameron afirmou, ainda, que gostaria de ver uma “mídia vibrante e gratuita, completamente sem medo de desafiar autoridades”, mas que funcione dentro da lei. “Não devemos nunca ver esta ampla violação da legislação, incluindo crimes terríveis cometidos contra pessoas que já sofreram. Não devemos considerar que estas práticas existam em toda a mídia – parte dela com excelente reputação –, mas também não devemos pensar que são restritas a uma única instituição”, alertou. Informações de Jason Deans [The Guardian, 20/7/11].
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