Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Libertado para tratamento, ativista volta à prisão

O jornalista e ativista dos direitos humanos iraniano Emadeddin Baghi recebeu ordens de voltar à prisão na terça-feira (15/4), após ter ficado três meses livre por problemas de saúde. Ele ainda deve ficar cinco meses preso até cumprir sua sentença. Baghi fez campanha abertamente contra a pena de morte no Irã e foi homenageado com o prêmio jornalístico British Press Awards 2008 no dia 8/4, na categoria de jornalista internacional do ano. Um representante da Anistia Internacional recebeu o prêmio por ele.


Em dezembro do ano passado, o jornalista foi hospitalizado devido a um problema nervoso, após ter sido preso em outubro de 2007 sob acusação de espalhar propaganda contra o regime islâmico do Irã e publicar documentos secretos. ‘Ele está voltando para a prisão, mesmo sem estar totalmente curado’, afirmou seu advogado, Saleh Nikbakht. ‘Os médicos não conseguiram fazer um diagnóstico preciso de suas condições cardíacas e nervosas, problemas que decorreram da prisão’, completou. O Irã permite, em alguns casos, que prisioneiros sirvam parte de sua pena em casa, se ficar provado que eles têm sérios problemas de saúde.


Contra a pena de morte


De acordo com suas acusações, Baghi teria obtido informações secretas de prisioneiros em complexos de segurança e disseminado estes dados. Ele ficou preso de 2000 a 2003 por participar de jornais pró-reforma. Em 2004, fundou o jornal Jomhouriyat, posteriormente fechado pelo judiciário. Em 2005, Baghi também recebeu um prêmio francês de direitos humanos por sua campanha contra a pena de morte. De acordo com a Anistia Internacional, o Irã foi o país que mais utilizou a pena de morte em 2007, com a execução de 317 pessoas. Informações da AFP [15/4/08].