Os jornais europeus tentaram todo tipo de tática – da distribuição de CDs ao foco em celebridades – para interromper a tendência de queda nas vendas. Agora, vários adotaram o formato tablóide. Charles Goldsmith e Jo Wrighton [The Wall Street Journal, 22/12/04] dizem que a mudança vai além da redução do tamanho das páginas. As matérias são de leitura mais fácil e as manchetes mais chamativas. As primeiras páginas também são mais ilustradas e com fotografias maiores. Jornais como o Times de Londres e o belga Gazet van Antwerpen insistem em que podem manter o alto padrão jornalístico e que a mudança vai fazer os jornalões virarem relíquias no futuro.
O resultado desse movimento rendeu um aumento de 60 mil cópias na circulação do Times, quase 10% em relação ao mesmo período do ano passado. O número de leitores jovens e mulheres também aumentou. Pesquisas feitas na Europa revelaram que a maioria dos leitores prefere o formato menor e mais fácil de manejar. A gerente de marketing do jornal Gazet in Antwerp, Marleen Veugelers, disse que, durante duas semanas, os leitores tiveram a chance de escolher entre o formato tablóide e o tradicional – 85% escolheram o tablóide. A mudança foi gradua e hoje estabilizou a circulação em 150 mil exemplares, depois de perder 2% ou 3% ao ano desde a metade da década de 1980.
Outros jornais sérios europeus também aderiram ao formato, como Information, da Dinamarca, Dagens Nyheter, da Suécia, e De Standaard, da Bélgica. Na Alemanha, os publishers testaram versões-tablóide das edições principais, como no Die Welt, contendo artigos reduzidos da edição principal e mais voltadas ao entretenimento e a leitores jovens. O jornal de negócios alemão Handelsblatt, do grupo Verlagsgruppe Georg von Holtzbrinck GmbH, testa um tablóide mais barato e de interesse geral em Frankfurt.
Os concorrentes europeus que não aderiram ao formato reduzido estão sofrendo com a queda na circulação. A crescente onda de diários gratuitos é outro agravante. O Metro da França, por exemplo, tem seis edições diferentes e circulação total de 525 mil exemplares diários. Enquanto isso, Le Monde, num tamanho entre o tablóide e o tradicional, enfrenta queda de circulação nos últimos cinco anos que reduziu as vendas de 393 mil para 381 mil exemplares por dia.
O Les Echos está entre os poucos jornais do país a conseguir resultado positivo mas, ainda assim, sua circulação vem caindo. O governo francês recomenda que os jornais concedam dois meses de assinatura grátis a jovens de 18 anos.