Os editores de dois jornais do Iraque foram atacados durante a última onda de violência contra membros da imprensa no país, aumentando para 34 o número de jornalistas mortos desde o início da guerra.
O holandês Ismael Zayer, ex-editor do jornal al-Sabah, fundado por americanos, foi baleado em Bagdá dias após ter escapado de uma tentativa de seqüestro. Morreram um segurança e o motorista. No norte do país, Sahar Saad Eddin Nuami, editor de três jornais na cidade curda de Kirkuk, foi assassinado quando seu carro foi atingido por uma granada. Segundo Patrick Barrett [Guardian, 4/6/04], não se sabe ao certo quem atacou os jornalistas nos dois incidentes.
O jornal Al-Sabah foi lançado no ano passado pelas forças de coalizão, junto com a rede de TV al-Iraqiya. O jornal tem tentado ganhar a confiança dos cidadãos iraquianos, muitos dos quais vêem o Al-Sabah como veículo de propaganda ocidental.
Especialistas afirmam que os dois episódios mostram mais uma vez a necessidade de criação de políticas de segurança para a imprensa em zonas de conflito.
Para diminuir as baixas
Representantes de grandes veículos de comunicação mundiais, como Reuters, CNN, The New York Times, The Washington Post, BBC, al-Jazira, Fox News, CBS, ABC, AP, The Wall Street Journal e Financial Times se reuniram com militares dos EUA para discutir maneiras de reduzir o número de baixas de jornalistas causadas por soldados americanos no Iraque.
Desde que o país foi invadido, em março de 2003, cerca de 40 funcionários de mídia foram mortos, 11 deles, ao que tudo indica, por culpa de forças dos EUA. Segundo David Schlesinger, chefe de operações editoriais da Reuters, que coordenou o encontro, o objetivo foi definir medidas práticas que aumentassem a segurança dos profissionais de imprensa em zonas de conflito.
Ele afirma que será criado um grupo de executivos de mídia que pressionarão o Pentágono continuamente por redução de risco para atuação da mídia. As críticas de altos funcionários da coalizão de ocupação aos meios de comunicação árabes é um fator que pode colocar os seus repórteres em perigo, explica The Guardian [3/6/04]. Outro fator de aumento de risco no momento é o maior número de jornalistas que estão entrando no Iraque para cobrir a transferência de poder dos invasores para um novo governo local.