Quatro jornais iranianos – Sobh Varzesh, Imen Gostar, Laleh e Gozineh Pjoheshjar Jahan – foram suspensos pela Comissão de Autorização e Monitoramento da Imprensa, braço do Ministério da Cultura e Orientação Islâmica, no dia 6/4, por ‘não ser publicados regularmente’. A ação eleva para 17, desde o início de 2008, o número de diários proibidos de circular no país.
A ONG Repórteres Sem Fronteiras condenou a suspensão arbitrária e o assédio regular do Ministério da Inteligência à esposa do jornalista afegão Ali Mohaqiq Nasab, preso em Qom, cidade a 150 km de Teerã, desde o dia 4/3. ‘A mídia independente é regularmente sujeita a tratamento arbitrário pelas autoridades, que tiram vantagem das leis repressivas para silenciá-la’, declarou a organização. ‘A proibição destas quatro publicações é apenas o exemplo mais recente. Ao mesmo tempo, o aparato de segurança impõe silêncio às famílias dos jornalistas presos. Aqueles que comunicam a prisão de um parente à mídia, especialmente à mídia internacional, estão expostos à punição’.
Ameaças
A esposa de Nasab, Sahar Mohaqiq Nasab, foi alertada por agentes do Ministério da Inteligência, que lhe ameaçaram de prisão caso continuasse a tentar obter informações sobre o marido. Até hoje, ela não sabe do que Nasab, que é editor da publicação mensal Haqoq-e-Zan (Direitos da Mulheres, em farsi), foi acusado. Ele não pode receber visitas e não foi atendido por um advogado. A corte religiosa especial que irá julgá-lo não aprovou os advogados indicados pela Associação para a Defesa dos Direitos dos Presos.
O presidente Mahmoud Ahmadinejad e o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, estão na lista de ‘Predadores da Liberdade de Imprensa’, que a RSF atualiza anualmente. Informações da Repórteres Sem Fronteiras [8/4/08].