Depois do anúncio de que o Washington Post havia ganhado quatro Pulitzer, na semana passada, alguns leitores mostraram-se cínicos em comentários no site do jornal. Muitos deles questionaram a importância do prêmio – o mais prestigioso do jornalismo americano – em um momento de crise no setor. Embora o Post tenha recebido mais prêmios Pulitzer do que qualquer outro jornal, eles não contribuem para o aumento de tiragem, pondera o ombudsman Andrew Alexander, em sua coluna de domingo [18/4/10].
Segundo o vice-presidente de circulação, Gregg J. Fernandes, nenhum novo assinante citou o prêmio quando fez sua assinatura na semana passada. O tráfego do site também não cresceu substancialmente. O Pulitzer tampouco traz ganhos publicitários. A situação financeira do jornal, que perdeu dinheiro no ano passado, continua a melhorar, mas ainda é um desafio a ser superado.
Ainda assim, há evidências que mostram que leitores locais veem o Post de maneira mais positiva quando ele ganha prêmios Pulitzer. Depois de ter recebido seis em 2008, uma pesquisa com mais de três mil adultos mostrou que 37% na área principal de circulação do diário disseram que os prêmios aumentaram a confiança no produto. O segundo impacto, dentro da redação, é mais difícil de medir, mas foi claro quando os vencedores falaram com os colegas de trabalho, logo depois que foram anunciados os prêmios. Um senso de orgulho tomou conta de todos. Estes Pulitzer também foram os primeiros recebidos sob a liderança de Marcus W. Brauchli, que se tornou editor-executivo em 2008. Nesta última edição, o Post ganhou nas categorias de jornalismo internacional, reportagem de cotidiano, crônica e crítica.