O jornalista russo Oleg Kashin, de 30 anos, foi levado às pressas para o hospital depois de ser espancado por dois homens na entrada de sua casa, em Moscou. Kashin, que trabalha para o Kommersant, um dos principais diários do país, teve a perna quebrada, o maxilar destroçado e uma fratura no crânio.
O presidente Dmitry Medvedev declarou que os culpados devem ser encontrados e punidos, mas colegas do jornalista têm pouca esperança de que o crime seja solucionado. O ataque a Kashin se soma a outros similares ocorridos no país nos últimos anos. Normalmente, crimes deste tipo seguem impunes.
‘Traidor’
O repórter é conhecido por seus textos incisivos sobre grupos jovens nacionalistas, alguns deles apoiados pelo Kremlin. Em agosto, o Molodaya Gvardiya, braço jovem do partido Rússia Unida, do primeiro-ministro e ex-presidente Vladimir Putin, chamou Kashin de ‘jornalista-traidor’ e publicou uma fotografia sua com a legenda ‘será punido’.
O jornalista foi atacado no sábado [6/11] quando voltava para casa, no centro de Moscou. Testemunhas disseram ter notado dois homens na entrada do edifício segurando um buquê de flores. Uma câmera de segurança filmou o ataque. Os médicos que cuidaram de Kashin afirmaram que ele está em coma induzido para estabilizar os ferimentos e que sua condição é grave, mas ele não corre risco de morte.
Mikhail Mikhailin, editor do Kommersant, afirmou que o fato de os dedos do repórter terem sido esmagados sugerem que o ataque teve relação com seu trabalho. ‘É óbvio que as pessoas que fizeram isso não gostaram de algo que ele falou ou escreveu’, disse o editor em entrevista a uma estação de rádio russa. Informações de Tom Parfitt [Guardian.co.uk, 7/11/10].
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Abaixo, a cena do ataque, filmada por uma câmera de segurança. [Alerta: as imagens são fortes.]