Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Mais um jornalista é atacado no país

O jornalista Upali Thennakoon, editor do jornal semanal Rivira, foi atacado no fim da semana passada quando seguia para o trabalho por uma gangue em motocicletas. Thennakoon foi apunhalado no rosto e espancado. Segundo ele, sua mulher o salvou da morte, pois o abraçou, protegendo seu corpo, até que os agressores fossem embora. Ela também ficou ferida.

O ataque é bastante parecido com o que matou, há duas semanas, o editor Lasantha Wickramatunga, do jornal Sunday Leader. O jornalista também ia para o trabalho, de carro, quando foi cercado por homens armados em motocicletas. Ele foi atingido por tiros e chegou a ser levado ao hospital, onde passou por uma cirurgia de emergência, mas morreu por conta dos ferimentos na cabeça.

Dias antes do assassinato, homens armados haviam destruído o principal estúdio da MBC, maior emissora do Sri Lanka. Os atentados geraram protestos por parte de organizações internacionais e pedidos para que o governo passasse a proteger os profissionais de imprensa, impedindo que seus agressores fiquem impunes.

Barras de ferro

De acordo com dados do ministro do Desenvolvimento Urbano, Dinesh Gunawardena, nove jornalistas foram mortos e 27, atacados, desde 2006. Thennakoon tornou-se a 28ª vítima das agressões. ‘Eu estava tentando entrar na avenida principal quando uma pessoa me atacou pela janela do carro. Outras vieram e começaram a me agredir. Elas tinham uma faca, barras de ferro e cassetetes’, contou o jornalista no hospital.

O Rivira é considerado um dos jornais privados mais neutros do país. O presidente Mahinda Rajapaksa ordenou uma investigação imediata do caso. O Sri Lanka tem um longo histórico de violência contra jornalistas e impunidade dos criminosos. Desde a morte de Wickramatunga, entretanto, o presidente decidiu tomar atitudes mais enérgicas, e prisões já foram feitas no caso da emissora MBC. Informações de Bryson Hull [Reuters, 24/1/09].