Friday, 29 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

Mara Gama

‘Alguns leitores reclamaram da falta de acentos nos títulos do UOL nos últimos dias. A manchete ‘Obama para julgamentos da base de Guantánamo’, se escrita antes do novo acordo ortográfico, estaria errada mesmo.

Mas a reforma foi aprovada e o UOL passou a escrever de acordo com as novas regras em 1º de janeiro de 2009. Uma das novidades foi justamente a queda do acento diferencial de ‘para’, preposição, e ‘pára’, forma verbal de terceira pessoa do singular do verbo parar, conforme explica a consultora de português Thais Nicoleti:

‘Escrevíamos ‘pára’: ‘Manifestação pára avenida Paulista’, ‘Ele nunca pára para pensar’. Segundo o sistema antigo, entendia-se ser necessário distinguir a forma verbal da preposição homônima. Agora, em consonância com as novas normas ortográficas, esse acento deixa de ser empregado e o contexto se encarregará de desfazer as possíveis ambiguidades’.

O UOL Educação tem um site especial sobre o assunto e o blog de Qualidade de Conteúdo traz diariamente notas com temas mais importantes do acordo.

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Posse de Obama – cobertura fria (21/1/09)

As informações estritamente essenciais estão no ar. Mas o UOL deixou a desejar na exploração de fotos, dedicou poucos links de textos e não atualizou com velocidade adequada as chamadas da home page durante as cerimônias da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, na terça-feira, 20 de janeiro.

Os lances ao vivo ficaram por conta da transmissão online do canal ‘Band News’, destacada com um título correto na home page, ainda que genérico demais: ‘Acompanhe os eventos da posse de Barack Obama’.

Além de poucas trocas, as chamadas da home page foram pouco chamativas. Outros sites se preocuparam em fazer títulos pontuais sobre o que acontecia a cada lance da posse e trocavam com mais frequência fotos dos eventos.

O UOL tinha textos e material de análise que contextualizavam a eleição, o que é positivo, mas os lances da posse não foram comentados e nem destacados ponto a ponto ou suficientemente. E nem foram explorados como pretexto para novas pautas e análises.

O blog de UOL Notícias, embora mais atualizado que o especial ‘Posse de Obama’ e que a home page do UOL, não trazia fotos, o que tornava a leitura menos atraente. E não incorporava informações vindas da TV e de outras fontes, que muitas vezes eram mais rápidas que as da correspondente no local.

Às 16h45 entrou no ar um comentário em vídeo do jornalista Sérgio Dávila, blogueiro do UOL e correspondente da Folha. A colaboração foi positiva e fez diferença no geral da cobertura. O vídeo em que ele comenta o discurso de posse recebeu chamadas em várias páginas.

Mas um vídeo só foi pouco. Havia muitos outros aspectos a serem abordados. Outros analistas poderiam ter sido entrevistados, também em vídeo, para discutir não só a posse, mas as mudanças esperadas para os próximos dias.

Houve também demora na publicação da íntegra do discurso de Obama em português, item essencial.

Hoje, quarta, 21, o conteúdo sobre o tema pode ser acessado no especial ‘Posse de Obama’. As informações estão mais organizadas e é possível ler textos, ver fotos e aproveitar melhor o que já estava disponível. Mas, no momento da posse, o UOL ficou frio demais.

Posse de Obama – formato engessado

Em momentos em que há fotos cheias de informação e riqueza plástica, fica patente que há um engessamento no formato da home page do UOL. Na terça-feira, 20, durante a posse de Barack Obama, as multidões que presenciaram a posse pareciam se espremer e ‘pediam’ uma janela maior para aparecer.

É covardia comparar home pages de portais com as primeiras páginas de jornais impressos na diagramação e aproveitamento de imagens e recursos gráficos, em parte por causa da dificuldade de flexibilizar as páginas web.

Mas na manhã desta quarta, 21, ver capas e algumas páginas internas impressas de jornais como a Folha, em que as fotos estão bem aproveitadas, faz desejar que haja alternativa. Mesmo tendo em vista as condicionantes de peso, tempo de carregamento e a imperativa necessidade de compatibilização das páginas para que sejam vistas de forma padronizada nos n tipos de browsers disponíveis na rede, não seria bom ter modelos mais arrojados, que possam ser usados em momentos em que as imagens e as notícias pedem?

O UOL precisa recuperar esta flexibilidade editorial. Ainda que as páginas especiais possam ser mais simplificadas em alguns itens, como fornma de compensar o sobrepeso de imagens maiores. É preciso surpreender na forma de exibir o conteúdo.’