A revista feminina Marie Claire lançou sua versão indiana há duas semanas com uma campanha contra a vigilância moral sofrida pelas mulheres no conservador país, informa a Reuters [2/6/06]. ‘A campanha ‘Deixe que eu seja eu’ contra o policiamento moral será feita por um ano’, conta Shefalee Vasudev, editora da Marie Claire indiana, completando que o lema da campanha transmite a idéia de personalidade e liberdade individual.
A edição inaugural da revista provocou os valores rígidos da sociedade indiana com um artigo sobre uma mulher local disposta a pagar para perder sua virgindade e um teste sobre maridos. Na capa, foi estampada uma fotografia da atriz Preity Zinta, representando uma mulher com livre arbítrio. ‘[A Marie Claire indiana] é uma revista pró-escolha e de mente aberta para as mulheres urbanas e instruídas de uma sociedade transitória’, diz Shefalee.
Na Índia, as mulheres ainda sofrem pela dominação masculina na sociedade e dentro de suas próprias casas. Uma mulher fumando, falando sobre sexo ou apenas segurando a mão de seu namorado em público é considerada imoral. ‘Nós falamos de uma nova Índia, mas nessa Índia as mulheres ainda estão sujeitas à vigilância moral que não acontece nas sociedades civilizadas’, afirma a editora. A Marie Claire indiana tem como público-alvo mulheres entre 25 e 35 anos e tiragem de 70 mil cópias.