Michael Moore compareceu ao primeiro dia da Convenção Republicana como colunista convidado do jornal USA Today. O polêmico cineasta afirmou que queria apenas observar o evento e fazer algumas anotações, mas seus planos foram por água abaixo. A partir do momento em que pisou no Madison Square Garden, ele passou de repórter a notícia.
Por mais de duas horas, foi criada uma comoção em torno de Moore, que, enquanto andava, era seguido por uma legião de aproximadamente 70 jornalistas curiosos e Republicanos hostis. Segundo Mark Leibovich e Paul Farhi [The Washington Post, 31/8/04], o diretor do documentário anti-Bush Fahrenheit 9/11 parecia satisfeito com o tumulto, que o permitiu dar entrevistas e falar sobre diversos temas, como a guerra do Iraque e a economia americana.
Quando finalmente sentou na área reservada à imprensa, Moore continuou rodeado de gente. A confusão foi tanta que um veterando jornalista começou a gritar para os policiais: ‘Eu sou Dave Espo e trabalho para a Associated Press. Este é o nosso local de trabalho e nós precisamos fazer o nosso trabalho. Por favor, tirem estas pessoas daqui!’. O episódio deixou Owen Ullman, editor da página de editoriais do USA Today, vermelho. ‘Nós convidamos Moore a escrever a coluna para nós, e ele perguntou se poderia observar a Convenção. Não achávamos que tanta gente ia considerá-lo a notícia e que sua visita criaria tanta comoção’, afirmou.
Cineasta malicioso
Quando o tumulto finalmente parecia ter fim, Moore foi citado no discurso do senador John McCain, que se referiu a ele como ‘cineasta malicioso’. O público manifestou-se novamente e as câmeras de TV focaram em Moore, que sorriu e agradeceu a McCain. ‘O filme já arrecadou US$120 milhões. Quando McCain menciona ele em seu discurso, há uma chance de que chegue a US$ 150 milhões. Cria mais interesse, mais excitação’, disse ele depois.
Por causa de tanta confusão que causou, Moore decidiu não voltar mais à Convenção. ‘Nós esperávamos que pudessemos pôr Moore em um lugar onde ele assistisse aos discursos sem atrapalhar nada’, disse o editor do USA Today Ken Paulson. ‘Agora ele não planeja voltar à Convenção. Eu acho que ele viu o lado ruim causado pela sua visita. Mesmo assim, nós teremos a coluna dele nestes quatro dias de evento e eu espero que as pessoas leiam o que ele escreveu’. Com informações de Joe Strupp [Editor & Publisher, 31/8/04].