Um grupo de jornais e transmissoras de rádio e TV alemães fizeram um apelo ao chanceler Gerhard Schroder por temerem que jornalistas sérios tenham seus trabalhos restringidos por uma decisão da corte européia em relação a reportagens sobre a vida privada de pessoas públicas.
O temor da mídia alemã cresceu depois que a Corte de Direitos Humanos da Europa condenou a publicação de fotos da princesa Caroline de Mônaco em revistas alemãs. A Corte afirmou que, na Alemanha, a liberdade de imprensa é priorizada em detrimento do direito à privacidade. Por fim, a Corte decidiu que as figuras públicas deverão consentir com a divulgação de fotos ou matérias sobre suas vidas pessoais.
Em carta aberta a Schroder, editores de cerca de 40 jornais pediram que o chanceler apele contra a decisão. Para eles, a resolução caracteriza um tipo de censura e prejudica a imprensa, já que dá às pessoas o poder para decidir o que vai ser, ou não, publicado sobre elas. A mídia alemã alega que decisão só irá permitir a cobertura das pessoas públicas em seus papéis públicos e não seus comportamentos pessoais, contatos de negócios e férias.
No entanto, o governo alemão anunciou que não vai recorrer da decisão. A ministra da justiça, Brigitte Zypries, disse que o governo não teria garantias de que venceria a apelação. Brigitte também negou o argumento de que a decisão iria prejudicar a cobertura da vida pública de políticos, já que ela só se aplica a celebridades. Informações de Michael Leidig [The Guardian, 1/9/04 e 2/9/04].