Duas bombas foram jogadas na estação de TV pública Canal 7, na cidade colombiana de Santa Cruz, em 8/9. Um dos artefatos explodiu a 10 metros de distância do alvo; o outro atingiu a estação, mas deixou pouco estrago e nenhum ferido. No mesmo dia, Juan Domingo Yanique, correspondente da rádio estatal Patria Nueva, foi ameaçado por manifestantes quando cobria um protesto de oposição organizado na cidade de Pando. Quando se deram conta de que o jornalista trabalhava para a mídia pública, os manifestantes o cercaram e expulsaram do protesto.
Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras [13/9/06], os ataques têm ligação com o crescente confronto entre defensores e opositores do presidente Evo Morales, eleito no fim de 2005. “Esperamos que a mídia não se torne uma ferramenta do conflito, e esperamos que uma ruptura irreversível não ocorra entre a mídia privada e pública, o que poderia expor os jornalistas a um perigo real em seu trabalho”, afirmou a organização.
Para a RSF, é preciso que todos os lados respeitem o pluralismo da mídia na Bolívia, já que uma “guerra midiática” apenas agravaria a já tensa situação política. Morales enfrenta dura oposição de quatro das nove regiões do país, incluindo Santa Cruz e Pando, que questionam as atitudes do presidente, como a criação de uma Assembléia Constituinte e a defesa pela nacionalização do gás natural.