A mídia privada do Zimbábue festeja a decisão do presidente do país, Robert Mugabe, de tirar da hierarquia do partido governista ZANU-PF o polêmico ministro da Informação Jonathan Moyo, notório por sua perseguição aos veículos independentes que, segundo ele, estariam engajados numa campanha anti-nacionalista que visa a reintegração do país africano ao império colonial britânico. ‘Nenhum verdadeiro cidadão de Zimbábue deve sentir remorso por Moyo devido ao modo como, por conta própria, mudou o panorama político e midiático do país’, comentou o Standard, um dos principais jornais privados dali. O estilo agressivo do ministro vinha irritando colegas do partido e uma trama que estaria armando para impedir a nomeação de um novo vice-presidente teria sido a gota d’água que faltava para ser excluído. Ele segue no cargo de ministro, mas especula-se que deve perdê-lo na próxima reforma ministerial que empreender Mugabe. Informações de David Blair [The Daily Telegraph, 6/12/04] e Reuters [6/12/04].
Juiz reverte venda de jornal mexicano
O juiz mexicano Alejandro Rivera Rodriguez decidiu que a venda do jornal La Prensa, em 1993, foi irregular, ordenando que fosse devolvido à cooperativa de funcionários que o controlava, informa a AP [9/12/04]. Com cobertura voltada para histórias policiais, esportes e celebridades, o tablóide era o mais vendido do país na época em que a assembléia de 101 empregados votou por desfazer-se dele. A publicação foi comprada por Carlos Abedrop Davila, que a revendeu para a Organización Editorial Mexicana, grande companhia comandada por Mario Vazquez Rana, antigo proprietário da agência americana UPI. Rodriguez decidiu que La Prensa deve ser devolvido à cooperativa porque a votação de 1993 teria sido irregular e que alguns dos funcionários devem devolver dinheiro recebido naquela época. A atual direção do jornal publicou comunicado alegando que a votação teria ocorrido normalmente e que ‘muitos estágios judiciais’ ainda terão de ser vencidos para que a situação se defina.