Monday, 04 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

MMOnline

‘O Datafolha apresentou nesta quinta-feira, dia 25, os resultados da pesquisa ‘Imprensa e Credibilidade’. O estudo foi levado ao Fórum de Assessores de Comunicação da Secretaria de Comunicação do Governo e Gestão Estratégica (Secom), por Mauro Paulino, diretor geral do instituto. Participaram também do evento Fernando Martins, diretor da Associação Nacional de Jornais, e Geraldo Leite, coordenador executivo do Núcleo de Mercado da ANJ.

A pesquisa mostrou que a percepção positiva do poder e do prestígio da imprensa é maior nos segmentos mais qualificados da população. Entre os entrevistados o meio jornal foi escolhido como de maior credibilidade. Os mais escolarizados apontam principalmente o conteúdo informativo e a linha editorial dos jornais como seus pontos mais positivos, mas igualmente a linha editorial, assim como o aspecto visual, são os seus principais pontos negativos, segundo a pesquisa.

No evento também foi apresentada a pesquisa ‘Quero Comprar – a relevância dos meios de informação no processo de compra’, realizada pela Ipsos-Opinion e Ipsos-Marplan. Nela o jornal é citado como principal fonte de informação na hora de decisão por produtos e serviços e para obtenção de conhecimento.’



ASSESSORIA vs. JORNALISMO
José Paulo Lanyi

‘Assessor foge, pauta cai’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 26/03/04

‘Eu conversava com um amigo meu, outro dia, sobre reportagem de Cidade.

-’Fulano’, se há uma coisa que irrita é assessor de imprensa do governo ficar de dar resposta sobre tal assunto e, no fim do dia, ir embora sem dar satisfação ao veículo.

– Com você também?! Lá no meu jornal é a mesma coisa…

– Pois é. Cheguei à conclusão de que não é distração: é técnica.

Ele endossou e me fez deduzir: ou não sou paranóico, ou nós dois somos. A experiência, contudo, nos dá uma colher de chá. Basta o repórter ou o pauteiro solicitar informações que, presumivelmente, venham a desaguar em uma reportagem ‘negativa’, para uma ou outra assessoria adiar ao máximo o envio dos dados, estourando o fechamento do jornal.

Fossem informações ‘difíceis’, houvesse a necessidade de uma pesquisa maior, tudo bem, a gente entenderia. Infelizmente, a situação é outra, é ‘fuga’ para forçar a derrubada da pauta. Com a agravante de que, nessas situações, a palavra vale menos do que deveria. Um assessor promete os dados; depois de algum tempo, o repórter os solicita uma vez mais; o assessor diz que está apurando; a redação liga de novo e, no fim do dia, cadê o assessor? Sumiu. E a sua pauta? Caiu, ou ficou incompleta e demandará aquelas explicações, como ‘Governo X não forneceu as informações Y’.

No caso dos jornais, é pior, tudo o que é produzido naquela tarde-noite estará no papel no dia seguinte. Em rádio e televisão, pode-se tentar na manhã seguinte, dependendo do noticioso. Contudo, não raro a reportagem é adiada ou vai ao ar enfraquecida. Muitas vezes, a resposta do governo vem na famigerada ‘nota oficial’, que é a autoridade sem carne, nem osso. Isso é bom para quem não tem que meter a cara para dar satisfações constrangedoras, mas necessárias à sociedade.

Por que a ênfase aqui é no governo? Porque a omissão é mais grave do que o seria se a empresa questionada fosse particular. Há informações que, constitucionalmente, são de domínio público, não podem ser camufladas. Algumas são tão óbvias que nos custa crer que a assessoria não as tenha, no momento da primeira solicitação.

Das duas, uma: ou o governo X não dispõe do mínimo para governar, o que é desabonador, ou esconde as informações do cidadão. Numa democracia, é imperdoável.

Na próxima coluna, o desrespeito das redações às fontes.’



CORRESPONDENTE INTERNACIONAL
Antonio Brasil

‘Correspondente sem sair de casa’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 26/03/04

‘Parece brincadeira, mas é ‘quase’ sério. Apesar de toda as críticas, ameaças e riscos ainda temos muitos estudantes e jovens jornalistas que almejam se tornar ‘correspondentes internacionais’. O problema é que eles não sabem como. É uma daquelas profissões que exigem experiência. Mas você nunca vai conseguir a tal experiência a não ser que… trabalhe. É difícil, mas não é impossível. Você tem duas opções: ser muito rico e bancar um longo período de desemprego ou pequenos freelancers no exterior ou ser um daqueles abençoados com um enorme Q.I. – quem indica.

De qualquer maneira, você está decidido a ser ‘internacional’, mas não se encaixa dentro da categoria acima ou simplesmente prefere mesmo ficar em casa..

Então, queria indicar um site muito curioso com o titulo de How to become a foreign correspondent – without leaving home! Ou ‘Como se tornar um correspondente internacional, sem sair de casa!

A proposta é ao mesmo tempo simples e curiosa. Em tempos de ‘cólera’, globalização e Internet, a jornalista Ysabel de la Rosa, resolveu divulgar em seu site, algumas dicas preciosas para os colegas que querem se tornar correspondentes internacionais. A curiosidade ou ousadia da proposta, é que Ysabel garante que isso é possível sem sair de casa. Muitos jovens não querem arriscar e preferem o conforto e a segurança do próprio lar. Sinal dos novos tempos. Muitos jovens são qualificados e ambiciosos, vivem com os próprios pais e não querem necessariamente abandonar as suas cidades. Devem ter as suas razões. A solução estaria nas novas tecnologias. Ysabel acredita que é possível fazer jornalismo internacional com os novos recursos comunicacionais e muita ‘cara de pau’. Quero dizer, com muita ‘ousadia’. A proposta é ousada, mas merece uma conferida. O sonho de ser correspondente internacional, mesmo que seja ‘virtual’ pode está agora o seu alcance. Nem todo mundo estaria disposto a arriscar um possível fracasso internacional. Viver no exterior custa muito caro tanto para o jornalista como para as empresas. Correspondentes internacionais podem estar se tornando uma espécie em extinção. Segundo, Donal Shanor, autor do livro recém publicado, News from Abroad da Columbia University Press, a imprensa americana tem somente 350 jornalistas trabalhando no exterior.

Isso é somente um terço do total de jornalistas estrangeiros que trabalham nos EUA. E no Brasil? Quantas empresas ainda possuem condições financeiras para manter correspondentes internacionais. A crise no setor ataca principalmente a cobertura internacional e as perspectivas também são difíceis. Ao mesmo tempo, o mundo nunca precisou tanto de informações internacionais. A alternativa é tentar a própria sorte e se tornar um correspondente freelancer ou seguir os conselhos da Ysabel de la Rosa e se tornar um correspondente… ‘virtual’.

Esse é o público-alvo do site. A autora é uma jornalista competente e esperta. Ela indica o caminho das pedras e ao mesmo tempo consegue faturar alguns dólares – sem sair de casa, é claro. O site tem feito grande sucesso e possui muitos anunciantes. Coisas de americano.

As dicas do site incluem questões importantes como:

Como conseguir alguma proficiência em línguas estrangeiras,

Quais são as ferramentas de pesquisa mais úteis para os jornalistas internacionais,

Como escrever boas histórias,

Dicas de mercado,

Técnicas de pesquisa especializadas

E algumas indicações de recursos online e apoio visual para um novo jornalismo.

Tudo muito simples, bem explicado e aqui entre nos, meio obvio. Mas, o site é bom e bem organizado. Se você está decidido a ser um correspondente internacional mas está igualmente, em busca do ‘caminho das pedras’, a consulta ao site pode ser útil. Não custa nada.

O mais interessante do site, no entanto, é o capitulo ‘Thinking outside the box’ ou ‘Pensando fora dos padrões’, ou algo parecido. Se você quer realmente ser jornalista ou correspondente internacional, é importante buscar referencias pré-estabelecidas, dicas de colegas ou do próprio mercado. Mas, antes de tudo, você dever estar preparado para trilhar novos caminhos, ousar e criar novas alternativas e soluções.

Ysabel faz questão de indicar as novas opções de venda de artigos para os jornalistas ‘freelancers’. Pode haver crise de emprego, mas não ha crise de trabalho. Muitos jovens jornalistas, mesmo a contra-gosto, se adaptam a um novo cenário da profissão. Ao invés de emprego garantido, você tem que aprender a ‘matar um tigre por dia’. Tem que aprender, não só a ser um bom jornalista, escrever bem, buscar informações, mas também precisa aprender a vender o produto do seu próprio trabalho. Mas você tem várias alternativas. Pode continuar desempregado, pode reclamar, lutar por mudanças, desistir dos seus sonhos ou buscar soluções. A decisão é sua. Cada caso é um caso e cada ‘aventura’ conta seus próprios riscos e compensações.

Ultrapassar as próprias limitações e as restrições de um mercado em crise, requer soluções ousadas e criativas. Ou seja, você deve conhecer as dicas, mas precisa buscar novas idéias para o sucesso ou mesmo para a sobrevivência em um mercado altamente seletivo e competitivo. Jornalismo internacional ainda é o sonho dourado ou objetivo maior de muitos colegas.

Mas para os jovens jornalistas ou estudantes que não tem medo de ‘sair de casa’, também queria sugerir um bom livro: Goodman A. and John Pollack. The World on a String, How to become a freelance foreign correspondent. Henry Holt and Company, New York, 1997.

É um livrinho despretensioso, publicado em 1997, mas ainda está razoavelmente atualizado.

Agora, se você ainda quer ser ‘correspondente internacional’, pare de ficar sonhando ou adiando suas decisões. A profissão pode ser perigosa, está meio desprestigiada, mas como já dizia Gabriel Garcia Marques, ‘jornalismo ainda é a melhor profissão do mundo’. Estude bastante, leia bons livros e o mais importante: pare de adiar decisões importantes e não perca mais tanto tempo na Internet. Saia de casa. Ponha o pé e a cabeça na estrada e… boa sorte. Você vai precisar!’



PROPAGANDA / PEPSI vs. COCA
Adriana Mattos

‘Guerra das ‘Colas’ utiliza cantoras pop’, copyright Folha de S. Paulo, 27/03/04

‘Em roupas minúsculas, feitas a mão -em ouro, prata e cobre- as ‘atrizes-modelos-cantoras’ Britney Spears, Pink e Beyoncé Knowles protagonizam a nova campanha da Pepsi na primeira ação de mídia mundial da marca em 2004. O que a Pepsi quer é o mesmo que a Coca-Cola, sua arqui-rival, está se esforçando para fazer no Brasil: levar o jovem a beber mais refrigerante.

Ao som de ‘We will rock you’, da banda inglesa Queen, as três celebridades interpretam o papel de gladiadoras prontas para lutar contra leões em uma arena na antiga Roma. No papel de imperador está Enrique Eglesias, o cantor filho de Julio Inglesas.

Para ter as moças na TV, a Pepsi fechou um pacote milionário de contrato com as cantoras, segundo informam agências internacionais. Para Britney, por exemplo, a Pepsi fechou um acordo que inclui pagamento de US$ 5,7 milhões para que ela apareça em campanhas da marca neste ano.

O filme começou a ser veiculado nesta semana no Brasil, onde a marca tem 13% do mercado de refrigerantes de cola. A Coca-Cola tem mais de 50%.

Durante três minutos, as moças cantam o refrão da música com o apoio de tambores e centenas de figurantes numa gravação realizada em Roma, no mesmo estúdio em que Martin Scorsese filmou ‘Gangues de Nova York’. Entre os figurantes do filme estão dois integrantes do Queen: Brian May (guitarristas) e Roger Taylor (baterista).

No Brasil a AlmapBBDO fez as adaptações da campanha para o país e a ação de mídia (planejamento e coordenação da campanha). A criação é da agência AMV/BBDOO.’