Tribunal de Moçambique condenou, na semana passada, Anibal dos Santos Junior pelo assassinato do jornalista Carlos Cardoso, em novembro de 2000. Ele recebeu sentença de 30 anos de prisão e protestou ao fim da sessão, afirmando que o julgamento havia sido injusto.
Dos Santos já havia sido condenado a 28 anos de prisão, mas, como não estava presente ao tribunal quando a sentença foi proferida, a Suprema Corte ordenou que ele fosse julgado novamente. Outros cinco acusados pela morte do jornalista foram condenados em 2003 a penas de 23 e 24 anos de prisão. O filho do ex-presidente Joaquim Chissano, Nyimpine, foi investigado depois que três dos homens condenados pelo caso forneceram evidências de sua ligação com o crime. Nyimpine negou qualquer envolvimento e não chegou a ser acusado formalmente.
Cardoso, que era diretor do jornal Metical, foi assassinado a tiros em Maputo, capital de Moçambique, quando estava em seu carro. Na época, ele investigava o desaparecimento de quantia equivalente a milhões de dólares do Banco Comercial de Moçambique, e havia descoberto a ligação dos empresários Vicente Ramaya, Momade Abdul Satar e Ayob Abdul Satar com o sumiço do dinheiro. Os três estão entre os condenados pelo crime.
Dos Santos escapou da prisão em setembro de 2002, enquanto esperava pelo julgamento, e voou para a África do Sul, onde foi recapturado e enviado de volta para Moçambique em 2003, poucos dias após ser condenado – sem estar presente ao julgamento. Ele escapou da prisão pela segunda vez em maio de 2004, e foi detido por funcionários da imigração do Canadá menos de um mês depois. Informações da Reuters [20/1/06].