O afegão Abdul Samad Rohani, repórter da BBC, encontrado morto no domingo (8/6) com quatro tiros no peito, na província de Helmand, foi enterrado na segunda-feira (9/6). A polícia ainda não sabe quem seqüestrou e matou o jornalista, de 25 anos. O movimento islâmico extremista Talibã, que matou pelo menos um repórter em Helmand no ano passado, disse não estar envolvido desta vez. Um parente de Rohani, que não quis se identificar, afirmou que ele e sua família não tinham inimigos. ‘A única razão para sua morte é o fato de ele ser jornalista’, desabafou.
Helmand é um ponto de insurgentes talibãs, que controlam diversos locais da cidade. Tropas britânicas da Otan e forças de segurança do Afeganistão tentam garantir a segurança nestes lugares. Três soldados britânicos também foram mortos no domingo (8/6).
Protestos
Jornalistas e ativistas de mídia se reuniram em Cabul para protestar contra o assassinato de Rohani, que também trabalhava para a agência de notícias afegã Pajhwork. Eles pediram ao governo mais proteção a profissionais de imprensa. Em Herat, cerca de 40 jornalistas também fizeram uma manifestação.
De acordo com a Repórteres Sem Fronteiras, os colegas de Rohani contaram que ele havia recebido ameaças por telefone ‘por alguém que o acusou de apoiar o governo de Cabul no boicote de notícias do Talibã’. ‘Ele foi um dos colaboradores da BBC que arriscaram a vida para garantir a independência das notícias em seu país’, declarou a organização.
A missão de assistência da ONU no Afeganistão fez um apelo às autoridades para que encontrem e punam os culpados pelo assassinato. ‘Jornalistas afegãos arriscam suas vidas todos os dias para divulgar as preocupações e necessidades de cidadãos afegãos. O mais revoltante é que estes indivíduos estão sendo alvos apenas por fazer o seu trabalho’, afirmou o porta-voz Aleem Siddique. Informações da AFP [9/6/08].