Na semana passada, a divisão de notícias da rede americana NBC fez uma apresentação para anunciantes sobre a venda do espaço comercial na programação de notícias. Quase todos os membros do horário nobre do canal de notícias a cabo MSNBC estavam presentes, e a única ausência chamou atenção. Tratava-se do âncora ultraliberal Keith Olbermann, que apresenta o programa Countdown e adora massacrar a direita americana.
Nas últimas semanas, Olbermann e a rede estiveram em negociação para colocar fim à sua carreira de sucesso na MSNBC. O acordo para o fim de Countdown inclui restrições sobre quando ele pode apresentar um novo programa e quando ele pode dar entrevistas sobre o encerramento do contrato. A decisão foi concluída um ano depois de a NBC ter encerrado o contrato do apresentador e comediante Conan O’Brien. No acordo, ele concordou em não começar um novo programa de TV pelos nove meses seguintes e não dar entrevistas por cinco meses.
Represália
Fãs de Olbermann acusaram a Comcast, futura proprietária da NBC Universal, de forçá-lo a deixar a emissora por razões políticas. Muitos dos executivos da Comcast fazem doações financeiras ao Partido Republicano, enquanto Olbermann adota a linha do ‘quanto mais liberal, melhor’. Em declaração, a Comcast negou qualquer envolvimento na decisão, alegando não ter, ainda, controle operacional da empresa.
De acordo com executivos, a administração da NBC já estava tentando demitir Olbermann, em especial por ele ter revelado, em novembro, que fez doações para diversos candidatos democratas em 2010 – um deles, coincidentemente, a deputada Gabrielle Giffords, gravemente ferida em um tiroteio no início do mês. Depois da revelação das doações, a NBC suspendeu o âncora por alguns dias, alegando que ele havia violado os padrões éticos da rede. Informações de Bill Carter [New York Times, 22/1/11].