Os jornalistas britânicos Annabel McGoldrick e Jake Lynch foram a Israel apresentar sua proposta de uma cobertura mais imparcial, voltada para a resolução de conflitos, denominada ‘jornalismo de paz’. Em conferência na Universidade de Tel Aviv, eles explicaram em que consiste essa vertente, introduzida em 1997 pelo professor norueguês Johan Galtung, da organização Peace Studies.
Usando como exemplo reportagens sobre um ataque suicida em Jerusalém, em 2003, Annabel e Lynch demonstraram que o jornalismo convencional – ou ‘de guerra’ – dá muito destaque à violência e induz a idéia de que não há solução para ela, deixando de lado as respostas pacíficas que as partes envolvidas possam dar. ‘As reportagens muitas vezes usam o termo ‘conflito’ como sinônimo de ‘violência’, quando no ‘jornalismo de paz’ há uma diferença crucial’, explica Lynch.
Ele afirma que os jornalistas, ao escolherem os assuntos que vão noticiar, podem ‘criar oportunidades para a sociedade considerar e valorar respostas não-violentas e desenvolvimentistas para o conflito’. A dupla ressaltou que ser correspondente em Israel é uma boa oportunidade para avaliar como o foco da mídia na violência tende a prolongar disputas, em vez de resolvê-las. Com informações do Jerusalem Post [14/6/05].