A rede de notícias financeiras CNBC, parte do grupo General Electric, tem um público reduzido que, desde o estouro da ‘bolha da internet’, encolheu em mais de 50%. Mesmo com ampla distribuição por operadoras de TV a cabo americanas, sua audiência dificilmente ultrapassa as 200 mil pessoas. Ainda assim, seu lucro no ano passado foi de mais de US$ 250 milhões de dólares, pelo simples motivo de que seus telespectadores têm muito dinheiro. O potencial deste público abonado ávido por informações de investimentos interessa a Rupert Murdoch, que tem planos concretos de abrir uma rede concorrente, usando a estrutura da sua Fox News. No entanto, como reporta John Motavalli, em matéria para The New York Times [6/3/05], não é do feitio de Murdoch simplesmente concorrer; geralmente, ele quer também destruir o inimigo.
No comando do novo canal estará Roger Ailes, criador da CNBC que deixou aquela casa por considerar que seu trabalho não era reconhecido. Ex-assessor de presidenciáveis republicanos e considerado um especialista em criar atrações que prendam a atenção do americano médio, o executivo quer que a nova emissora trilhe o caminho da Fox News, com programas mais populares, que apelariam a uma audiência muito mais ampla que a da CNBC. Essa visão é compartilhada por seu parceiro, Neil Cavuto, que também deixou o canal da General Electric, que considera mal administrado, para dirigir cinco programas na rede de notícias de Murdoch. A CNBC, preparando-se para enfrentar concorrência – atualmente, após o fechamento da CNNfn, é a única de seu segmento – contratou um novo presidente, Mark Hoffman, que dirigia uma estação local de TV.