Rupert Murdoch confirmou, nesta quinta-feira [28/6], que o grupo de mídia News Corporation será dividido em duas empresas. Uma ficará com os negócios de mídia e entretenimento, como o estúdio cinematográfico 20th Century Fox e a rede de TV Fox; a outra, com os jornais, como os britânicos Sun e Times e os americanos Wall Street Journal e New York Post, além da editora Harper Collins e dos negócios de educação. O magnata, que preside o grupo, ficará no comando das duas empresas. Hoje, a News Corp é listada como a segunda maior companhia de mídia e entretenimento do mundo, atrás apenas da Disney. Estima-se que o setor de publicações represente 24% da receita e 11% do lucro.
A reestruturação deve durar 12 meses. Em email aos funcionários, Murdoch afirmou que a unidade de jornais está sendo “subestimada pelos céticos”, e que as mudanças irão trazer de volta seu verdadeiro potencial. O empresário negou, entretanto, que a divisão tenha relação com o escândalo dos grampos telefônicos no tabloide britânico News of the World, que acabou sendo fechado no ano passado. Segundo ele, a decisão foi tomada com base em uma revisão que durou três anos: a estrutura do grupo teria ficado muito complicada, e as mudanças tornariam os negócios mais fáceis de se administrar.
De um jornal a um império
O magnata de 81 anos construiu seu império – avaliado hoje em 52 bilhões de dólares – a partir de um único jornal australiano que herdou do pai. Ele ressaltou que, por ter passado 60 anos construindo a News Corp, a decisão foi “dura”. “Eu não quero esconder o fato de que passei a maior parte da minha vida nisso. É uma mudança enorme e uma decisão enorme para mim”, afirmou. Com a divisão, a família Murdoch terá cerca de 40% do poder de voto em cada uma das empresas.
Braço britânico
Para a News International, subsidiária que publica os jornais da News Corp no Reino Unido, a divisão representa a união com “o maior grupo de jornais e jornalismo digital do mundo – com mais de 170 títulos e marcas altamente respeitadas e prestigiadas”, afirmou o executivo-chefe Tom Mockridge em email aos jornalistas baseados em Londres. “Estes são tempos desafiadores para nosso setor, mas nós provamos que somos líderes de mercado e pioneiros em nossa área de atuação”.
Mockridge tentava tranquilizar a equipe da News International sobre seu futuro, depois de um ano difícil com o fechamento do News of the World e a prisão de pelo menos 20 jornalistas e executivos da empresa na investigação sobre a prática de grampos telefônicos ilegais e suborno de policiais. Com informações de Lisa O’Carroll [Guardian.co.uk, 28/6/12].