Thursday, 14 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

News International faz investigação interna

A News International, braço britânico do grupo de mídia News Corporation, do magnata Rupert Murdoch, confirmou a abertura de uma investigação interna após o escândalo dos grampos ilegais que levou ao fim do tabloide News of the World. O jornal de 168 anos foi fechado em julho depois da revelação de que as caixas de mensagens de pelo menos quatro mil pessoas podem ter sido invadidas. “Uma revisão de padrões jornalísticos está sendo realizada na News International, com a empresa londrina Linklaters dando assistência ao processo”, informou uma porta-voz do grupo.

O uso de grampos ilegais no News of the World já era conhecido, mas o escândalo atingiu um novo patamar quando se descobriu que jornalistas do tabloide haviam invadido a caixa postal do celular de uma menina de 13 anos que foi assassinada, além de ter subornado policiais. Executivos da empresa, incluindo Murdoch e seu filho, James, que preside as operações europeias, insistiram que os grampos haviam se limitado a um único repórter – mas investigações subsequentes mostraram que a prática era bem mais corriqueira do que se imaginava. O escândalo gerou danos à News Corporation, com a saída e detenção de executivos; o grupo acabou tendo que abrir mão da compra da empresa de TV paga britânica BskyB. Especula-se, ainda, que os grampos possam ter ocorrido em outros veículos da empresa – inclusive nos EUA.

Há algumas semanas, Murdoch disse a repórteres e analistas de Wall Street que o grupo fará o que for necessário para evitar que o caso News of the World se repita. “Não se pode ter dúvidas sobre nosso compromisso com a ética e a integridade”, declarou. Uma fonte próxima afirmou que o grupo analisará as publicações da News International, incluindo o Times of London e o tabloide The Sun, maior jornal do Reino Unido. Rupert e James Murdoch serão interrogados sobre os grampos, em tribunal, em outubro. Eles já testemunharam diante de membros de um comitê do Parlamento. Informações de Joe Pompeo [The Cutline, 30/8/11].