Diante da prisão de 54 jornalistas na Eritréia, a organização internacional Repórteres Sem Fronteiras pediu à União Européia para não entregar os 122 milhões de euros de ajuda que seriam concedidos ao país. ‘As autoridades ordenaram no dia 22/2 uma busca na Radio Bana, pequena estação na capital com programação educativa e patrocínio do Ministério da Educação. Toda a equipe – de mais de 50 jornalistas – foi presa’, contou a RSF. Alguns profissionais já foram libertados, mas não se sabe ao certo quantos.
O governo rotineiramente acusa grupos internacionais em defesa da liberdade de expressão de trabalhar para serviços de inteligência estrangeiros com o intuito de prejudicar a administração do presidente Isaias Afwerki. ‘Mais uma vez, a União Européia está se preparando para apoiar o regime da Eritréia quando o país não mostrou nenhum progresso no respeito pela liberdade – muito pelo contrário’, declarou a RSF, acrescentando que mais quatro jornalistas haviam sido presos em outra operação policial. ‘Estamos preocupados com as condições dos presos, com o governo da Eritréia negando até mesmo a existência deles’.
O presidente faz parte da lista de predadores da liberdade de imprensa organizada pela RSF. Em 2001, após um conflito de dois anos com a Etiópia, a Eritréia deu início a uma onda de repressão à imprensa e à oposição que dura até hoje. Dezenas de jornalistas já foram presos e jornais, fechados. Informações da Reuters [6/3/09] e da RSF [6/3/09].