Em mais uma revelação proveniente dos documentos vazados por Edward Snowden, o Washington Post reportou na quarta-feira (30/10) que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) espionou os servidores do Google e do Yahoo em diversos países, coletando informações de centenas de milhões de usuários – muitos deles americanos. A agência negou a alegação do jornal. “Isso nunca aconteceu”, afirmou o chefe da NSA, general Keith Alexander, à Bloomberg News.
De acordo com o Post, um documento confidencial datado de janeiro deste ano mostra que a NSA teria conseguido invadir links de comunicação e enviava milhões de registros das redes internas do Yahoo e do Google para sua sede em Fort Meade, em Maryland. No mês que precedeu o documento, técnicos da agência teriam enviado mais de 181 milhões de novos arquivos, desde metadados até conteúdo de texto, áudio e vídeo.
O programa de espionagem, que seria operado em conjunto com a agência de inteligência britânica GCHQ, recebeu o nome de MUSCULAR. Ainda segundo o Post, as duas agências conseguiam interceptar e copiar o fluxo de dados que passa por cabos de fibra ótica que carregam informação entre os servidores das gigantes de tecnologia do Vale do Silício.
Negativa e preocupação
O general Keith Alexander afirmou que a reportagem é “incorreta” e disse que a NSA só pode interceptar servidores de empresas com uma ordem judicial. Ainda segundo ele, a agência “não tem acesso aos servidores do Google ou do Yahoo”.
O Google, em declaração, afirmou que ficou preocupado com as alegações de que o governo interceptaria o tráfego entre seus servidores. “Há muito nos preocupamos com a possibilidade deste tipo de espionagem, e por isso continuamos a ampliar a criptografia a cada vez mais serviços de links do Google”, ressaltou a empresa. Uma porta-voz do Yahoo declarou que a companhia tem controles rígidos para proteger a segurança de seus servidores. “Não demos acesso a nossos servidores à NSA ou a nenhuma outra agência governamental”.
Sob o programa PRISM, também revelado pelos vazamentos de Snowden, a NSA já coletava grande volume de registros de comunicação online. A agência tinha permissão legal para solicitar a empresas como o Google e o Yahoo, por exemplo, acesso a dados ligados a determinados termos de busca.