Editorial do New York Post publicado no dia 1/7/04 condena a postura de seu concorrente New York Times com relação à guerra contra o terrorismo promovida pelo governo americano. Na edição do dia anterior, o Times havia publicado uma matéria de 2.000 palavras sobre um nepalês que foi preso quando filmava um edifício de escritórios do FBI em Nova York e outra de 570 palavras sobre dois seguranças da missão do Irã na ONU que foram expulsos dos EUA por filmarem pontos estratégicos da mesma cidade.
A primeira reportagem chamava atenção para o fato de que o nepalês ficou preso por mais de 11 semanas, boa parte do tempo em solitária, ainda que na segunda semana já havia ficado claro que ele não tinha envolvimento com terrorismo. O Post aponta que já é a terceira vez que funcionários iranianos são pegos fazendo filmagens suspeitas. Em novembro, foram encontrados vídeos de trens nova-iorquinos, o que remete aos atentados de março na estação Atocha, em Madri. ‘Vamos mapear 29 lugares críticos nos EUA e entregar a informação a organizações terroristas’, teria dito um dos líderes da linha-dura iraniana, Hassan Abassi, ao New York Sun.
Para o Post, o Times se recusa a ‘dar peso apropriado a matérias que delineiem a verdadeira natureza das ameaças que a América sofre num selvagem mundo pós 11 de setembro’. O nepalês admite na própria matéria do Times que seu caso é uma exceção e que, apesar de ter passado pelo que passou, ainda considera o governo americano ‘o melhor do mundo’. Mas, para desagrado do Post, isso só aparece no 33o parágrafo, de um total de 36. ‘Vergonhoso. Simplesmente vergonhoso’, conclui o editorial.