The New York Times escalou o repórter David Kirkpatrick para viajar pelos EUA e tentar transmitir o que pensa a extrema direita americana. A iniciativa veio num ano eleitoral, como forma de mostrar melhor quem é esse grupo que, em grande medida, governa o país. Os ultraconservadores têm muito peso em Washington, e os atuais ocupantes da Casa Branca não são muito acessíveis à imprensa. O editor-executivo do jornal, Bill Keller, explica que a princípio não gostou da idéia dessa cobertura segmentada, pois dá a impressão de que o jornal está tratando os direitistas como ‘alienígenas’. No entanto, tendo em vista o sigilo com que as decisões dos republicanos têm sido tomadas, ele acredita que a novidade é necessária. Sridhar Pappu, do New York Observer [1/2/04], observa que, de qualquer forma, para os mais conservadores, o Times é algo como um panfleto esquerdista. Segundo ele, as primeiras matérias de Kirkpatrick pareciam um tanto forçadas. ‘Seria como tentar escrever uma matéria sobre um possível time e ginásio de basquete no Brooklin, conversando com transeuntes na avenida Flatbush’, conclui.
Emissoras botam o pé na estrada nas eleições americanas
As redes americanas ABC e CNN compraram ônibus com estrutura completa de televisão, entre equipamentos de estúdio e ilhas de edição, para acompanharem os candidatos na eleição presidencial deste ano. Vistos inicialmente com desdém por concorrentes e por funcionários dos próprios canais, essas ‘estações ambulantes’ demonstram ter grande utilidade já nas votações prévias do Partido Democrata. Claire Shipman, correspondente da ABC, era uma das pessoas que achavam que tudo se tratava apenas de marketing. Mas, depois de trabalhar algum tempo em um dos três ônibus da emissora, mudou de idéia. Graças à novidade, pôde se abrigar do frio do inverno e acessar a internet nos intervalos entre suas entradas ao vivo. Enquanto isso, seu colega, o âncora George Stephanopoulos, fazia chamadas direto do mini-estúdio. David Reiter, produtor sênior da ABC, aponta ainda a vantagem de que, com a unidade móvel, tornou-se possível entrar nas pequenas cidades para ouvir a opinião da população. Segundo o Los Angeles Times [27/1/04], o custo da cobertura com os ônibus é menor.