Um comitê interno do New York Times [9/5/05] concluiu relatório em que recomenda uma série de mudanças para aumentar a credibilidade do diário. O grupo de 19 profissionais do jornal foi formado após o escândalo do repórter-plagiador Jayson Blair, do qual se descobriu em 2003 que inventara e copiara declarações em dezenas de matérias.
As recomendações incluem que os editores sêniores escrevam regularmente sobre o funcionamento do Times, respondendo mais claramente a seus críticos. Segundo o comitê, o jornal também deveria melhorar sua cobertura nacional, dando mais voz a diferentes grupos religiosos, de áreas rurais, ou com estilos de vida diversos. Os repórteres precisam diminuir o uso de fontes anônimas e fazer distinção mais clara entre o que é factual e o que é opinativo. O relatório recomenda ainda que os jornalistas têm de estar mais acessíveis através de e-mail. ‘ O Times, mais que qualquer grande diário americano, dificulta o acesso dos leitores a algum ser humano responsável’, observa o documento.
O editor-executivo Bill Keller, que criou o comitê, estava especialmente preocupado em descobrir se o diário deveria responder às críticas políticas que grupos de esquerda e de direita têm feito à publicação, de forma mais acirrada desde a última eleição presidencial americana. A conclusão foi de que, definitivamente, essas queixas deveriam ser respondidas. ‘Acreditamos que já não é suficiente argumentar que nosso trabalho fala por si’, afirma o relatório.
A comissão é uma das duas formadas após a crise na redação desencadeada por Blair. A primeira, que terminou seu trabalho em julho de 2003, era encarregada de analisar quais foram as condições que permitiram que o repórter plagiasse ou inventasse trechos de tantas matérias. Esta que entregou seu relatório na semana passada visava encontrar maneiras de aumentar a credibilidade do Times. Ambas foram presididas pelo editor-administrativo assistente Allan Siegal.