Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O desafio de informar o público

Com a chegada do furacão Sandy à Costa Leste americana na segunda (29/10), organizações de mídia criaram uma cobertura especial online, noticia Jeff Sonderman [Poynter, 29/10/12]. Diversos sites de mídia, entretanto, chegaram a ficar fora do ar na área de Nova York, como o The Huffington Post , Gawker e o blog Mediaite.

Mapas

O WNYC desenvolveu um mapa interativo com as últimas informações do caminho de Sandy, com base em dados do Centro Nacional de Furacões dos EUA.  Já o The Huffington Post está trabalhando em parceria com o SeeClickFix para mapear relatos de problemas de infraestrutura e interrupções de energia elétrica por conta da tempestade. O Mapa de Crise do Google reuniu dados visuais sobre o Sandy, como radar, abrigos de emergência e, na versão da cidade de Nova York, zonas de evacuação e probabilidades de intensificação da tormenta.

Fernanda Viégas e Martin Wattenberg, especialistas em visualização de dados do Google, criaram um mapa dinâmico com os padrões das correntes de vento nos EUA. O The Guardian também oferece um mapa de visualização de dados por um desenvolvedor americano, John Nelson, com o caminho de cada furacão desde 1851. O correspondente do jornal britânico nos EUA, Adam Gabbatt, fez entradas ao vivo via Ustream.

Webcams e chats

A Bloomberg tem uma câmera posicionada em um telhado da cidade e também está com cobertura online. Repórteres do Wall Street Journal estão postando vídeos curtos na página de videoblogs da organização, o WorldStream. O The New York Times colocou uma câmera no 51º andar para tirar fotos periódicas, que são postadas online. O The Newark Star-Ledger também está com câmeras e realizou um chat durante 24 horas no domingo (28/10) para responder dúvidas de leitores sobre planos de evacuação e serviços públicos. O The Guardian também promoveu um chat com meteorologistas. O AccuWeather e o WNYC fizeram um bate-papo no Google Hangout com meteorologistas respondendo perguntas sobre a tempestade.

A rede social de fotos Instagram também vem sendo constantemente atualizada por seus usuários. “Há agora 10 fotos por segundo sendo postadas com a hashtag #sandy”, informou o CEO da empresa, Kevin Systrom. Até segunda (29/10), a hashtag #sandy tinha mais de 244 mil fotos; #hurricanesandy, 144 mil; e #frankenstorm, 23 mil.

Acesso gratuito

Segundo a porta-voz do New York Times, Eileen Murphy, a paywall foi suspensa e é possível acessar o conteúdo do site sem pagar, para que os leitores possam ter informações sobre a tormenta. “O objetivo é manter assim até que a situação de emergência acabe”, disse. Com o paywall, apenas assinantes das versões impressa ou digital podem ler mais de 10 artigos. No ano passado, quando o furacão Irene ameaçou Nova York, o jornal teve a mesma iniciativa. “É um serviço público, estamos preocupados em disseminar informações críticas”.

O editor do Wall Street Journal Digital Network, Raju Narisetti, tuitou no domingo (28/10) que o site do WSJ também estaria disponível online gratuitamente a partir de segunda (29/10). Outros jornais, como The Baltimore Sun e Newsday optaram por fazer o mesmo.

Um dos grandes beneficiários da busca online por informações sobre a tempestade foi o The Weather Channel, que começou a exibir informações em seu próprio site e em uma parceria inédita com o YouTube desde domingo (28/10) à noite. Na segunda (29/10), o site do canal registrou o recorde de 200 milhões de visualizações de páginas até 7 da noite. “É como se fosse o nosso mini Super Bowl”, disse Curt Hecht, diretor de receita global do The Weather Co, comparando à final de futebol americano. “Como uma empresa, todos estão trabalhando juntos. Há três ou quatro dias em que ninguém dorme e precisamos fazer o nosso melhor”. O canal geralmente é restrito a assinantes de TV paga.

Anunciantes

Com um aumento na audiência, vem também um crescimento na receita publicitária. Comerciais regulares não foram exibidos na transmissão online do Weather Channel, mas a seguradora State Farm patrocinou um anúncio em banner na tela quando um mapa era exibido nos intervalos comerciais. Empresas como a seguradora The Travelers Companies Inc. e a Duracell, da The Procter & Gamble Co., estão patrocinando o serviço do Weather Channel, que permite que as pessoas saibam quais de seus amigos do Facebook estão no caminho da tormenta. Além disso, a Duracell está planejando enviar caminhões para distribuir gratuitamente baterias após a tempestade. Eles também permitirão que as pessoas carreguem seus celulares e aparelhos móveis gratuitamente.

Houve também quem quisesse ficar longe das notícias nesta segunda (29/10). A Netflix Inc. Disse que o serviço de streaming subiu 20% comparado com a última segunda. Muita atividade veio das áreas de New York, Washington, Boston, Philadelphia e Baltimore, com os títulos infantis sendo muito populares. “Isso é um sinal de que muitas crianças estão em casa”, afirmou o porta-voz da Netflix Joris Evers. Com informações de Julie Moos [Poynter, 29/10/12], de Ryan Nakashima [AP, 29/10/12], de Jeff Sonderman [Poynter, 29/10/12] e da AP [30/10/12].